sexta-feira,22 novembro, 2024

Agronegócio: como a tecnologia pode reduzir emissões de carbono

Pesquisadores indicam que tecnologias agrícolas avançadas podem gerar emissões líquidas negativas de gases de efeito estufa

À medida que a população mundial cresce, as emissões de gases de efeito estufa da agricultura global também aumentam. Um estudo recente sugere que agtechs avançadas e práticas de gestão inteligentes podem não apenas conter esse aumento, mas transformar a agricultura em uma fonte de emissões negativas de gases de efeito estufa.

Para quem está com pressa:

  • Pesquisadores indicam que tecnologias agrícolas avançadas podem gerar emissões líquidas negativas de gases de efeito estufa.
  • O sistema alimentar global é uma grande fonte de emissões de gases de efeito estufa, que podem aumentar significativamente até 2050.
  • Além da mudança na dieta, melhorias nos solos agrícolas, cultivo de árvores em áreas não utilizadas e práticas sustentáveis na pesca são consideradas cruciais para reduzir as emissões.
  • Outras soluções promissoras incluem o intemperismo aprimorado, o cultivo de algas, a suplementação da alimentação animal e o uso de biochar (biocarvão) em solos agrícolas.

Pesquisadores da Universidade Cornell e da Universidade de Princeton conduziram o estudo, publicado na revista PLOS Climate, que aponta que a tecnologia agrícola poderia resultar em mais de 13 bilhões de toneladas de emissões líquidas negativas de gases de efeito estufa anualmente.

Produção de alimentos como responsável pela emissão de gases

Atualmente, a produção de alimentos é responsável por uma parcela considerável das emissões globais de gases de efeito estufa, contribuindo entre 21% e 37% do total. Com a população global caminhando para 10 bilhões de pessoas até 2050, se nada for feito, as emissões da agricultura podem aumentar para a faixa de 50% e 80% desse total até 2050.

Mudar a dieta mundial é fundamental para reduzir as emissões, mas os cientistas acreditam que podemos fazer muito mais. Mesmo que todos adotassem uma dieta “flexitariana” (focada em uma alimentação com menos produtos de origem animal) até 2050, como proposta pela Comissão EAT-Lancet, isso resultaria em uma redução de apenas 8,2 bilhões de toneladas métricas de emissões de gases de efeito estufa, ainda longe da meta de emissões líquidas negativas.

Soluções para redução de emissões de gases

Tecnologias como melhorias nos solos agrícolas, o cultivo de árvores em áreas não utilizadas e práticas sustentáveis na pesca podem ser soluções cruciais para reduzir as emissões. Além disso, a pesquisa destaca o potencial do “intemperismo aprimorado”, um processo que envolve a adição de pó de rocha de silicato ao solo para capturar dióxido de carbono.

Outras medidas incluem o cultivo de algas no oceano, a suplementação da alimentação animal e o uso de biochar em solos agrícolas, que podem contribuir para a redução das emissões.

Se as pessoas optarem por mudar para dietas mais saudáveis, como sugerido pela EAT-Lancet, e se puderem arcar com isso, ótimo. Mas para alcançar emissões líquidas negativas de gases de efeito estufa no mundo, um imperativo global para evitar os impactos climáticos mais perigosos, precisamos depender muito da tecnologia agrícola e das técnicas de gestão.

Benjamin Z. Houlton, reitor da Faculdade de Agricultura e Ciências da Vida e professor de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade Cornell.

Os pesquisadores destacam ainda a necessidade de ações locais para impulsionar a mudança. Por exemplo, a conversão de estrume de fazendas de laticínios em eletricidade em Nova York, que tem sido bem-sucedida desde 1970, reduzindo emissões e melhorando a qualidade da água.

Fonte: Olhar Digital

Redação
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