quinta-feira,19 setembro, 2024

Adubos orgânicos: o que são, vantagens e como fazer em casa

De origem natural e de resíduos animais, como esterco e vegetais, os adubos orgânicos devem, idealmente, passar pela compostagem antes da aplicação nas plantas

Já ouviu o ditado de que é melhor prevenir do que remediar? Isso também vale para o universo da jardinagem! Frequentemente, o adoecimento das plantas indica a falta ou excesso de algum componente vital para sua sobrevivência: luz, água e nutrientes. Os adubos são substâncias adicionadas ao substrato visando disponibilizar essas substâncias essenciais para o desenvolvimento das espécies.

Normalmente, os adubos são utilizados para o fortalecer, estimular o crescimento, a floração e a frutificação das plantas. Na produção em larga escala, é necessária uma análise precisa do solo para entender quais são os macro e micronutrientes necessários. No entanto, para o cultivo em casa de vasos, jardins e pequenas hortas, é possível identificar as demandas a partir da observação.

O que são adubos orgânicos?

Segundo a engenheira agrônoma Fabiana Froes, os adubos orgânicos são de origem natural e possuem resíduos animais, como esterco e vegetais na sua composição. Sua atuação é mais lenta e duradoura, pois depende da decomposição pelas bactérias do solo, melhorando a fertilidade e a textura da terra.

Com uma composteira, você pode produzir o seu próprio adubo orgânico em casa — Foto: Freepik / Creative Commons
Com uma composteira, você pode produzir o seu próprio adubo orgânico em casa — Foto: Freepik / Creative Commons

Já a adubação mineral é originada a partir do refinamento do petróleo e da extração mineral. Assim que aplicados, esses adubos são absorvidos pela planta e não precisam ser decompostos pelas bactérias do solo.

Entre os adubos inorgânicos, o mais famoso é o NPK, composto por nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). Esses mesmos macronutrientes podem ser facilmente encontrados na sua lixeira, como na borra de café coada, na casca de banana e na casca de ovo.

A compostagem consiste na decomposição de resíduos orgânicos em ambiente controlado, para evitar mau cheiro e pragas — Foto: Freepik / Creative Commons
A compostagem consiste na decomposição de resíduos orgânicos em ambiente controlado, para evitar mau cheiro e pragas — Foto: Freepik / Creative Commons

Entre as vantagens da adubação caseira estão a economia financeira e a sustentabilidade. “Se todos fizerem isso, haverá uma diminuição substancial no volume do lixo orgânico, reduzindo a queima de combustível dos veículos usados na coleta e o impacto ambiental dos aterros sanitários”, afirma Sidnei Harada, engenheiro-agrônomo e sócio-diretor do Instituto Brasileiro de Paisagismo (IBRAP). Além disso, diminuir o uso de adubos químicos reduz os danos ambientais causados na extração de minérios utilizados para sua fabricação.

A compostagem caseira

Com o auxílio de uma composteira, você pode produzir o seu próprio adubo orgânico de uma forma mais segura do que simplesmente despejar a borra de café e outros restos de comida sobre o solo. A compostagem é um processo no qual o lixo orgânico é transformado em adubo natural por minhocas em um ambiente controlado e, só depois, adicionado ao jardim.

“A vermicompostagem ou minhocultura é adequada para apartamentos, casas e espaços pequenos. Pode ser feita em caixas ou baldes, que podem ficar na varanda ou no quintal, por exemplo”, explica Paula Costa, fundadora da consultoria agroflorestal Pretaterra.

Ao digerir os resíduos orgânicos, as minhocas formam o húmus – nada mais do que suas fezes –, um dos principais adubos orgânicos disponíveis.

Para saber se o adubo está pronto para uso, ele deve ter cheiro de terra, ser fofo, não estar pegajoso e não conter insetos ou larvas. Normalmente, leva de 90 até 120 dias para atingir esse ponto.

“Para garantir a segurança da planta, adubos caseiros só deveriam ser usados após passar pelo processo de decomposição”, afirma a engenheira agrônoma Bruna Röhrig. Ou seja, independente dos ingredientes utilizados, o conjunto de resíduos precisaria passar por uma composteira.

Mas, se você deseja utilizar um resíduo orgânico diretamente sobre o solo, confira seis opções mais seguras!

  • Borra de café
    Rica em nitrogênio, a borra de café é conhecida por combater fungos, formigas e outros organismos que danificam as plantas. Antes de espalhá-la sobre a terra, aqueça a borra em uma assadeira no forno quente, o que ajudará a diminuir a umidade e evitará a proliferação de microorganismos. E atenção: por ser muito fino, o pó de café compacta facilmente. Ou seja, se você colocar uma camada muito grossa sobre a terra, a borra provavelmente irá endurecer e atrapalhar a penetração de água e circulação de ar.
  • Cascas de ovos
    Ricas em cálcio, elas são ótimas para melhorar o crescimento das espécies. Deixe as cascas secarem por dois minutos no forno quente e bata-as no liquidificador. Depois espalhe o pó fino pelos vasos e jardineiras. Seu uso é recomendado em pequenas doses anuais, aproximadamente uma colher de sopa por vaso médio ao ano”, diz Bruna. A decomposição da farinha da casca de ovo é lenta e tem altas concentrações de cálcio, o que pode interferir na absorção de potássio pelas plantas.
  • Casca de banana
    Frequentemente desperdiçada, a casca de banana é um superalimento. Caso opte por não consumi-la na cozinha, não deixe de levá-la à horta. Rica em potássio, cálcio, fósforo e sódio, ela funciona como um importante fertilizante para as plantas. No preparo, deixe-as secar em papel-toalha por 24 horas, triture no liquidificador e misture à terra.
A casca de banana é rica em potássio, cálcio, fósforo e sódio, nutrientes importantes para as plantas e os seres humanos — Foto: Louis Hansel / Unsplash / CreativeCommons
A casca de banana é rica em potássio, cálcio, fósforo e sódio, nutrientes importantes para as plantas e os seres humanos — Foto: Louis Hansel / Unsplash / CreativeCommons
  • Água da batata
    Sabe a água que você utiliza para cozinhar as batatas? Ela carrega importantes nutrientes para as folhagens. Espere esfriar e borrife sobre as plantas.
  • Leite
    O cálcio também é um nutriente importante para a saúde das plantas. Ele atua na estrutura celular e na germinação do grão de pólen, além de ajudar a combater os fungos. E tem fonte melhor de cálcio do que o leite? Quando for lavar as embalagens para descarte, aproveite a água com resíduos de leite para regar as plantas.
  • Folhas secas
    A retirada de folhas secas é uma manutenção importante para a saúde da planta. Mas você não precisa, necessariamente, jogá-las no lixo. Assim como na mata, as folhas que caem são importantes para tornar o solo mais fértil, solto e leve, além de evitar a proliferação de espécies invasoras. Coloque as folhas secas sobre o solo ou misture-as superficialmente.

Texto:  Aline Melo

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