As cidades e os territórios inteligentes são vitais para responder à emergência climática, disse Miguel de Castro Neto, Diretor da NOVA Information Management School (IMS) e coordenador da NOVA Cidade – Urban Analytics Lab. O responsável falou da sua experiência em Lisboa, em que 50% das emissões são da mobilidade e 40% decorrem do edificado (habitação e serviços) que pertence à rede de 100 cidades europeias – que tem por objetivo atingir a neutralidade carbónica em 2030. “São estas cidades que têm de desenvolver as boas práticas para ajudar a Europa a atingir a neutralidade carbónica em 2050”, afirmou Miguel de Castro Neto.
Já Ana Rita Martins, senior associate sustainability lead architect da Woodalls, falou da sua experiência na arquitetura empresarial em Londres. As principais tendências passam pelo transporte sustentável e hubs empresariais com preocupações de saúde e bem-estar.
Patrícia de Melo e Liz, CEO da Savills Portugal, foco-se na habitação. Na sua opinião, só houve duas medidas positivas no recente pacote legislativo de resposta à crise da habitação em Portugal: a agilização dos licenciamentos e o incentivo fiscal no arrendamento, “onde há uma grande escassez”.
A redução da construção e o aumento do turismo nos centros urbanos levaram ao incremento da mobilidade nas grandes urbes, diz Paula Teles, CEO da Mobilidade PT à conversa com Filomena Lança, redatora principal do Jornal de Negócios. “Estamos a registar uma taxa de motorização muito elevada nos centros urbanos, nomeadamente na Área Metropolitana de Lisboa e Porto”, “precisamente porque a classe média já não consegue viver no centro das cidades”. Verifica-se um êxodo para a periferia, com as cadeias de deslocação casa-escola-trabalho a aumentar. Paula Teles avançou que, segundo o INE, Portugal está com médias de 77% de taxa de utilização de automóvel na deslocação casa-trabalho e casa-escola.
Fonte: Jornal de Negócios