quinta-feira,21 novembro, 2024

A importância do desenvolvimento das novas lideranças para as organizações

São cinco os pilares mais importantes nesse processo de formação das novas lideranças – algo que impacta diretamente no resultado e clima organizacional das cias

O desenvolvimento das novas lideranças é (ou deveria ser) um tema prioritário para gestores e organizações. Hoje, com novas empresas nascendo todos os dias e os profissionais alcançando postos de liderança cada vez mais cedo, essa temática ganhou ainda mais importância.

Para mim, são cinco os pilares mais importantes nesse processo de formação das novas lideranças – algo que impacta diretamente no resultado e clima organizacional das cias.

O primeiro é o ciclo de gente da empresa. Esse pilar, básico, mas bem relevante, ajuda os líderes em formação a terem uma rotina de feedback e alinhamento de metas. O fato da organização ter um processo estabelecido de avaliação de desempenho faz com que as novas lideranças não só saibam o que é esperado delas, mas também que elas abram espaço na agenda para sentar com cada pessoa do seu time, individualmente, duas ou quatro vezes no ano, para uma conversa com fluxo pré-estabelecido.

Saber que você terá de apresentar cada pessoa da sua equipe para alguns pares ou para o seu líder direto demanda preparação e, consequentemente, algum desenvolvimento. E esses processos, liderados pela área de gente na maior parte das organizações, contribuem para isso.

O segundo pilar é a formação qualitativa. É onde talvez tenhamos a maior quantidade de livros de autoajuda e palestras a respeito. Há inúmeros conteúdos sobre temas como a importância da comunicação, empatia, escuta ativa, interesse genuíno pelas pessoas, qualidade dos feedbacks, balanço entre colaboração e assertividade, entre muitos outros.

Como esse pilar é muito amplo, na minha opinião, não vale a pena a companhia tentar abraçar o mundo e criar treinamentos sobre todos os possíveis tópicos. Mas, sim, eleger um ou dois temas para o ano e aprofundá-los. Exemplos ajudam demais no entendimento dos líderes em formação.

Tão importante quanto a formação qualitativa, claro, é a formação quantitativa, o terceiro pilar. Já escrevi sobre esse tema mais de uma vez e, com frequência, volto a falar sobre a palavra “quantificar” e sua relevância.

As escolhas que os líderes fazem deveriam passar, no mínimo, por duas etapas básicas: escutar e quantificar. Para um líder ser bem-sucedido em suas decisões e iniciativas, sejam elas de curto ou longo prazo, é fundamental quantificá-las – ter clareza dos resultados desejados e como alcançá-los.

O quarto pilar – exemplo interno – renderia um texto próprio. Mas, aqui, quero falar sobre dois aspectos. O primeiro é que os novos líderes estão sempre atentos às lideranças seniores da companhia em que trabalham, principalmente a comportamentos e métodos de trabalho que gostariam de replicar/evitar no futuro. Há muito aprendizado nessa observação, que não se limita aos gestores diretos das novas lideranças.

O segundo aspecto é que as companhias precisam deixar claro para os líderes em formação que eles próprios servem de exemplo para outros. As ações de um gestor têm um “peso” diferente. Ele(a) precisa estar atento(a) à maneira como aborda temas, como lidera discussões. Não deve alimentar boatos e conversas de corredor sobre a empresa, mas, sim, enfrentar os temas, com a real intenção de ajudar a organização que representa.

O quinto e último pilar pode ser resumido em uma palavra: curiosidade. É essencial incentivar líderes em formação a serem curiosos e a buscarem referências externas, seja em livros, cases, conversas com lideranças de outros segmentos/mercados, etc.

No meu caso, dois livros foram bem marcantes: “Onde os sonhos acontecem”, do Robert Iger, e “A incrível viagem de Shackleton”, de Alfred Lansing. Livros que, sem dúvida, recomendo.

Por Marcel Regis, formado em Marketing pela Universidade Católica do Salvador, com mestrado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e pela São Paulo Business School, Marcel Regis é Chief Operating Officer do Grupo Loft. Anteriormente, fez parte da equipe da AB-InBev durante mais de 24 anos e ocupou vários cargos de gestão em todo o mundo, incluindo a Vice-Presidência de Bebidas Não Alcoólicas no Brasil, a Vice-Presidência de Integração Comercial Global no Reino Unido, a Presidência da The South African Breweries e a Presidência da Bavaria na Colômbia.

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