sexta-feira,22 novembro, 2024

A desconexão entre a saúde mental e a representação visual

O Brasil está entre os países que mais discutem saúde mental, e é também o local com o terceiro pior índice. Segundo uma pesquisa da Docway, o país registrou aumento de 1,290% na busca por atendimento psiquiátrico e psicológico em 2022. Também houve crescimento de 36,5% no diagnóstico de pacientes com transtornos de ansiedade. Assim, com cerca de 19 milhões de pessoas afetadas, o Brasil se torna o país com as maiores taxas de ansiedade e depressão na América Latina.

O país ainda está localizado em terceiro lugar entre os piores índices de saúde mental, em um ranking com 64 outras localidades, segundo a edição do relatório anual do Estado Mental do Mundo deste ano. Perde somente do Reino Unido e da África do Sul.

Entre as possíveis causas que poderiam explicar esse fenômeno estão as condições sociais brasileiras, como níveis de educação, alta taxa de crimes, dificuldades com infraestrutura e baixa qualidade dos serviços públicos. Além disso, a população continua a ter sequelas físicas da pandemia de Covid-19. 

A pesquisa VisualGPS, da Getty Images, realizada anualmente com milhares de consumidores de todo o mundo, aponta que 75% dos brasileiros se preocupam com o futuro, especialmente com a estabilidade financeira e a saúde. A pesquisa ainda revela que 3 em cada 5 brasileiros acreditam que a saúde mental é o objetivo principal na vida. Apesar desse foco contínuo dos brasileiros na saúde mental, o estudo observou uma desconexão no panorama da representação visual nas mídias. O conteúdo visual com tópicos de saúde mental continua abaixo de 5% dos conteúdos baixados por marcas e publicitários no Brasil.

De acordo com o estudo, dois terços dos consumidores brasileiros acreditam ser difícil discutir abertamente a saúde mental e 96% expressam a necessidade de ter mais apoio para lidar com questões emocionais. Os resultados apresentam uma oportunidade para marcas aumentarem a representação visual do bem-estar mental para ajudar a normalizar o debate.   

Sendo assim, quais são as melhores formas para se fazer isto? Com representações visuais positivas de apoio à saúde mental! O estudo revela que mostrar as diversas atividades cotidianas e as formas proativas em que brasileiros engajam com uma melhora no bem-estar são as melhores maneiras de se conectar com os consumidores. Apesar deste cenário pós-pandêmico, em que se observa um aumento de 49% nos conteúdos visuais com retratos de emoções negativas (frustração, tristeza ou estresse), para os visuais mais baixados por consumidores brasileiros, conexões positivas são importantes.  

Os conteúdos visuais que mostram brasileiros compartilhando abertamente, se importando e dando passos positivos dentro da comunidade, desenvolvem uma conexão mais profunda com a audiência das marcas.

Fonte: Renata Simões é diretora de Conteúdo Criativo da iStock/Getty Images para a América Latina e Ásia.

Redação
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