Dizer que as tecnologias têm avançado de maneira exponencial desde que passaram a existir não deixa de ser óbvio, em especial após as alterações abruptas geradas pela pandemia. Diversas pesquisas apontam que, num futuro muito próximo, a Inteligência Artificial alcançará o nível humano. Além disso, até 2026, cerca de 2 bilhões de usuários estarão no metaverso. As ferramentas de aprendizado estarão cada vez mais disponíveis e deverão permitir que qualquer pessoa complemente sua capacidade cognitiva por um custo cada vez menor. Com esse cenário, a reflexão que se apresenta é: o avanço exponencial da tecnologia conforta ou assusta? Como você enxerga o futuro da IA, IoT e metaverso?
Nossa realidade se aproxima cada vez mais de filmes e séries de ficção científica. Nomes como Stephen Hawking, Elon Musk e Bill Gates nos alertam a respeito das ameaças da Inteligência Artificial e, apesar de estarmos relativamente longe de uma “revolução dos robôs” contra a humanidade, muitas dessas mudanças já afetam o nosso cotidiano. Uma pesquisa da Universidade de Oxford revela que, nos próximos 20 anos, 35% dos empregos no Reino Unido serão substituídos pela IA. Ferramentas de aprendizado mostram-se cada vez mais disponíveis.
Um dos principais fatores para a IA ser a grande protagonista da transformação digital é a convergência com outras tecnologias e, mais uma vez, a capacidade de exponencializar resultados. Vamos olhar mais uma vez para a próxima década?
As ferramentas de aprendizado em máquina serão cada vez mais open source e disponíveis na nuvem, o que permitirá que qualquer pessoa com conexão à internet complemente a capacidade de conhecimento e, consequentemente, a capacidade de resolução de problemas.
Outro fator é a similaridade da IA com a vida humana. Um ponto interessante é sobre as mentiras, por exemplo. Essa é uma característica que, até então, fazia parte “apenas” da vida dos humanos. No entanto, o poder de enganar não está mais restrito. Pesquisadores do Georgia Institute of Technology já desenvolvem robôs capazes de mentir. O objetivo do projeto era criar robôs que possam ser usados pelos militares no futuro para serem implantados no campo de batalha e utilizados como guardas de munições e alimentos. Em situação de risco, eles poderiam enganar os inimigos e ganhar tempo até que os reforços pudessem chegar. No entanto, o professor coordenador do projeto admitiu que há preocupações éticas significativas em relação à pesquisa. Caso as descobertas caíssem em mãos erradas, poderiam significar uma verdadeira catástrofe.
E o ponto que me chama atenção é justamente esse. De certa forma, imaginar um futuro cada vez mais tecnológico pode ser visto como algo extremamente positivo. No entanto, essa positividade caminha lado a lado, de mãos dadas, com a insegurança. É impensável um futuro completamente inovador sem consequências para os padrões sociais e de comportamento. Artigos, séries e filmes sobre o tema sempre são apresentados com termos como “catástrofe” ao se referir, por exemplo, ao futuro menos humano e mais tecnológico.
Esse novo cenário gerará muita cautela por parte dos colaboradores em relação ao processo de automação. Por essa razão, é mais simples olhar para as funções que serão substituídas e para as oportunidades que serão geradas. A IA criará empregos que ainda estão além da nossa capacidade de imaginar.
A tecnologia, que surgiu na década de 50, segue evoluindo e tem como principais expoentes China e Estados Unidos. O autor Kai-Fu Lee aponta na famosa obra “Inteligência Artificial” que a revolução completa da IA acontecerá em quatro etapas: internet, comercial, percepção e autônoma. Nessa perspectiva, cada um dos dois países tem vantagem em um dos campos. A China está na frente em relação ao volume de dados digitais. Vale lembrar que o treinamento de algoritmos exige grande poder computacional, talento técnico e volume de dados.
Metaverso
Segundo especialistas, o metaverso é o futuro da internet e da tecnologia de Realidade Virtual. Isso porque, em vez de estar restrito ao computador, o metaverso levará os usuários a um universo virtual mais amplo, conectando-os com todo tipo de ambiente virtual.
Além disso, o metaverso pode ganhar grande aplicação em áreas como shows, filmes, trabalho ou até um espaço para relaxar. Na visão de alguns pesquisadores e profissionais da área, seria como a criação de um “mundo paralelo” no qual os usuários teriam um “avatar” 3D como representante.
Esta última definição mostra o porquê de as empresas estarem finalmente apostando no metaverso. Acredita-se que, apenas agora, a tecnologia e a conectividade estejam em um estágio de avanço suficiente para este passo em relação à realidade virtual. E o Facebook tem investido bastante. A empresa, que já mudou de nome para “Meta” afirmou que a construção do seu próprio metaverso é uma de suas grandes prioridades. Há alguns anos a empresa de Mark Zuckerberg investe na Realidade Virtual e chegou a lançar seu próprio headset, o Oculus, que hoje é vendido por um preço menor que o de seus concorrentes.
A rede social também tem trabalhado em aplicativos de Realidade Virtual, conhecido como “social hangouts”, que contam, inclusive, com interações com o mundo real. Um dos grandes responsáveis pelo investimento maciço nesta tecnologia é o Fortnite. Recentemente, diversos cantores têm realizado shows dentro do jogo, como Ariana Grande e Travis Scott. O rapper contou com um público simultâneo de 12,3 milhões de pessoas.
Estes números chamaram a atenção e fizeram com que as empresas aumentassem os investimentos no metaverso. Segundo Tim Sweeney, CEO da Epic Games, este é um mundo de possibilidades. Test-drive de veículos e até provas de roupas podem ser feitas usando a tecnologia.
A velocidade das transformações é tão grande que, enquanto essas breves palavras foram escritas, mais alguns projetos de metaverso e IA foram iniciados. O mundo já mudou. As novas tecnologias já são uma realidade; e não mais uma novidade. Eram tendências, agora são vivências.
Fonte: Mercado e Consumo