Thyago Mourão relembra sua trajetória artística e comenta seus novos trabalhos

O personagem ribeirinho cuiabano Xô Dito é um de seus personagens principais

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O premiado ator cuiabano, humorista e publicitário, Thyago Mourão, contou um pouco de como o teatro surgiu no seu caminho, descreve a criação dos personagens e as dificuldades encontradas em trabalhar com arte no Brasil e, principalmente, difundir o regionalismo por meio de seu trabalho.

Mourão menciona que sua primeira peça teatral foi na escola, em comemoração ao Dia das Mães, quando ele tinha 14 anos e para ele, aconteceu de forma muito natural tudo. Relembrou ainda seu primeiro espetáculo, que foi no “Festival de Teatro do São Gonçalo”, quando ele tinha 15 anos, o qual ganhou o prêmio de ator revelação. Foi uma peça cômica e crítica, escrita por ele, intitulada “A Política Já Morreu”, tendo como enredo a investigação entorno de quem assassinou o político durante uma festa e no decorrer da apresentação, surgiam os possíveis culpados.

O ator continuou no teatro até o momento de prestar vestibular, nesse período, ingressou no curso de publicidade e já na universidade, conheceu o ator Eduardo Butakka, o qual o incentivou mais no teatro de uma maneira mais profissional. Mourão comentou ainda que, a publicidade o ajudou muito na preparação e divulgação de seu trabalho.

O ator relembrou o surgimento da comédia em sua vida, que para ele, foi de um jeito muito natural e, atualmente, está mais forte em seu trabalho. “Foi tudo muito natural. Eu sempre me encontrei na comédia em tudo o que fiz. Eu tinha uma veia cômica aí acho que isso acabou sendo moldado e sendo mais forte hoje”, destacou.

Quando perguntado sobre os desafios constantes na vida de um artista, ele citou que, infelizmente, o teatro ainda não é tão valorizado como deveria. Para ele, a arte deveria ser enxergada não só na esfera pública, mas também na formação de plateia, de pessoas formadoras de opinião, engajarem mais na arte. No entanto, a arte de nível nacional acaba sendo mais privilegiada do que a regional.

Reforçou a necessidade de ter mais festivais voltados para o teatro e focar mais nos bairros mais carente para uma divulgação maior da arte. “Eu acho que promover festivais, centralizar espaços de artes, jogar mais nas periferias, promover encontros e festivais de teatro como tinha antigamente. Porque foi o que aconteceu comigo e com a minha geração, que tiveram a oportunidade de aprender, de pisar no palco. Hoje, a gente não tem esse estímulo nas organizações”, explicou.

Foi na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) que nasceu o personagem ribeirinho cuiabano, Xô Dito, porque tinha uma disciplina do curso chamada linguajar, coincidiu de ter um tema de linguajar regional e ele pesquisou na comunidade ribeirinha São Gonçalo para compor um personagem e surgiu o Xô Dito. “O personagem Xô Dito nasceu na faculdade, na UFMT, porque eu precisava criar um personagem regional e fui aperfeiçoando-o nesses 16 anos. No decorrer desses anos, ele passou por várias transformações até ser quem é hoje”, detalhou.

Contudo, o público conheceu mais o personagem no espetáculo “Segredos de Liquidificador”, e já são 16 anos atuando esse personagem. Além dele, outros personagens fazem parte desse espetáculo são: Wylonl, sobrinho do Xô Dito, Irmã Sara, Lucas de Cobra, Poliana etc.

Mourão, que já ganhou dois prêmios internacionais com filme em Los Angeles e na Índia, no projeto “Não Convém”, falou de seus trabalhos atuais, que estão todos disponíveis no seu Instagram (Thyago Morão), o qual tem uma websérie, Xõ Dito narrando jogos do Cuiabá, falando de astrologia e além de outros personagens.

Mourão destacou que arte é: “A arte é a materialização da expressão que está dentro de você e quando você traz isso, materializa e consegue intervir um sentimento do cotidiano, você faz arte.”

Um conselho que Thyago Mourão deixou para os jovens interessados em trabalhar com arte, é saberem do sacrifício envolvendo essa carreira.

“Eu acho que a primeira coisa é você entender que arte é sacrifício e que para ser artista você precisa desistir de si mesmo. Precisa entender que é um sacerdócio, que você vai perder encontros e momentos importantes”, concluiu.

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