A quase dois anos à frente da presidência do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT), Neila Barreto, fala sobre os desafios enfrentados para manter essa entidade em funcionamento, já que trata-se de uma instituição privada sem fins lucrativos.

“Eu entrei no Instituto Histórico em 2017 e aí no ano retrasado, me elegeram presidente, mas é um desafio muito grande. Porque é uma instituição privada e sem fins lucrativos”, detalha.

A presidente destaca ainda que a ajuda financeira, surge dos 40 membros, a qual cada um doa 600 reais, mas de acordo com ela, nem todos doam esse valor, pois existe uma categoria em que associados com mais de 25 de anos nessa associação, não precisam mais contribuírem financeiramente.

“Aqui a gente luta 24 horas por dia para manter o funcionamento. A gente sobrevive com anuidade de 40 sócios de 600 reais cada um, mas nem são o total desses 40 que doam e alguns como mais de 25 anos na instituição, entram numa categoria dispensa o pagamento”, explicou.

Barreto ainda detalhou algumas das doações como por exemplo: o único computador, que segundo ela, foram dois doadores, uma parte veio do Colégio Sagrado Coração de Jesus e a outra, veio de seu marido. Na cozinha, alguns dos móveis e geladeira foi doação dela e de outras pessoas.

Quanto a limpeza do local, ela acontece de 15 em 15 dias e os responsáveis por isso, são dois amigos da maçonaria, em que seu marido frequenta.

Além de desafios enfrentados em sua gestão como presidente, Neila destaca um valor de R$ 50 mil reais originados da Lei Aldir Blanc, o qual, conforme ela, foram destinados para reformar algumas salas, móveis e colocar as contas de luz e água em dias.

Uma das salas reformadas, é a que ocupa os acervos da primeira mulher presidente do instituto, Elizabeth Madureira Siqueira, a qual falou do seu tempo à frente da presidência, que no total foram quatro vezes.

“Foi uma experiência muito interessante por ser a primeira mulher presidente e o instituto sempre teve vocação de fazer o arranjo dos acervos, de trazer à memória para contemporaneidade”, detalhou.

Barreto enfatiza a importância de conquistar mais colaboradores e voluntários para conseguir manter o instituto em funcionamento. Atualmente, só há um colaborador, Márcio Silva, o qual trabalha desde os cuidados com os quase 11 acervos e ainda por catalogar todos os livros.

Para Márcio, é muito amor dedicado para conseguir levar esse projeto a diante, visto que há muitos desafios e poucas perspectivas de melhoras. “Estamos aqui por amor pela Casa [o Instituto] para que ela se mantenha de pé’, disse.

A presidente comentou ainda sobre seu vice-presidente, o deputado Allan Kardec, que é um dos membros da entidade e que colabora com ajuda de custos.

A presidente pede para que a população se solidarize e perceba o quanto é importante a conservação do Instituto, pois trata-se de histórias, memórias, fotos que contam um pouco de Mato Grosso. Ela enfatiza ainda o quanto deseja que o local estivesse aberto para visitações, mas ele está fechado não só por conta da pandemia e sim, por causa da necessidade de reforma no local para poder receber visita.

“Meu maior sonho é deixar este portão aberto e ver crianças, estudantes e a população em geral conhecendo mais da história de Mato Grosso”, finaliza.

Neila Barreto é a segunda mulher presidente do Instituto, é formada em letras e jornalismo e tem vários livros publicados. Além disso, foi professora de escolas públicas durante 30 anos e trabalhou em assessorias de imprensas de Cuiabá.

O Instituto tem quase 103 anos de funcionamento e é um dos mais antigos do estado mato-grossense. Ele está localizado na rua Barão de Melgaço,3869, na chamada Casa, onde ficam duas instituições: o Instituto Geográfico de Mato Grosso e Academia de Letras de Mato Grosso.

Os interessados em colaborarem, podem entrarem em contato com a presidente do Instituto por telefone ou enviar e-mail.

E-mail; ihgmt@hotmail.com

Telefone: (65) 99287-5848.

2 COMENTÁRIOS

  1. É notável o quanto o empenho desses dois gestores, Neila Barreto e Márcio tem trazido vida para está casa que antes só vivia fechada. Mas ainda há muito à fazer para torná-la uma casa democrática de verdade. Fui muito bem recebido e prontamente atendo quando visite o IGHMT em 2021. Coisa que outrora era impossível, conhecemos o acervo da Dunga Rodrigues, e um pouco sobre a casa do Barão de Melgaço, desejo que em breve a biblioteca esteja limpa e liberada para consulta. Há alguma conta onde nos podemos fazer doações diretamente?

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