Uma operação prendeu o atual chefe de gabinete e afastou o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) da função em Cuiabá, nesta terça-feira (19).

O ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas Correia, afirmou que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) lhe disse que a contratação de servidores da saúde era ‘canhão político’ no município.

As informações constam na decisão do desembargador Luiz Ferreira da Silva, da Turma de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

A decisão afastou o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) da função nesta terça-feira (19), decorrente de investigação de suposta organização criminosa voltada para contratações irregulares de servidores temporários na Secretaria Municipal de Saúde, que, em sua maioria teria sido realizada para atender interesses políticos do chefe do Poder Executivo.

Segundo a decisão, a delação de Huark aponta possíveis irregularidades na contratação de servidores temporários para o Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, no período março a dezembro de 2018, época em que ele ocupava o cargo de gestor da Secretaria de Saúde de Cuiabá.

Huark disse que durante o período de sua gestão, a Secretaria de Saúde de Cuiabá teria contratado mais de 250 servidores temporários, cuja contratação, em sua maioria, teria sido realizada para atender interesses políticos do chefe do Poder Executivo e que o próprio Emanuel Pinheiro teria dito ao então secretário que as referidas contratações seriam um ‘canhão politico’, que eram levadas a cabo por indicação política, principalmente de vereadores, e visavam retribuir ou comprar apoio político.

“Muitas contratações eram realizadas sem necessidade e envolviam pessoas que não tinham formação profissional para o cargo que desempenhavam, causando prejuízo ao erário”, diz trecho da decisão da Justiça.

Huark firmou acordo de delação com a 9ª Promotoria de Justiça Cível de Cuiabá, após a Operação Sangria.

Ele afirmou que apresentou 259 contratos de prestação de serviço por excepcional interesse público, que estariam somente com a assinatura dos contratados, mas que não teria a assinatura dele como gestor da aludida secretaria, tendo em vista o fato de ter se recusado a assiná-los por entender que havia interesses escusos do prefeito.

“Em certa ocasião afirmou para ele que as contratações seriam um ‘canhão político’ para conseguir apoio político, assim como também por ter levado em consideração que o volume de contratação não era compatível com a necessidade da Secretaria de Saúde de Cuiabá”, diz trecho da decisão.
Além disso, segundo as declarações de Huark, a folha de pagamento de pessoal da Secretaria de Saúde de Cuiabá era uma das maiores despesas da pasta, chegando ter em média 5.400 servidores e que o número de temporários era superior a dos efetivos.

Grupo do MPMT está na casa do prefeito Emanuel Pinheiro fazendo a apreensão e busca — Foto: Rafael Medeiros

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