A biobateria tem carregamento autônomo de até 10 ciclos graças a bioatividade das bactérias.
Cientistas chineses desenvolveram uma biobateria usando bactérias para substituir o lítio, sendo assim uma alternativa sustentável compatível com vários dispositivos.
No início de março, cientistas do Instituto de Tecnologia Avançada de Shenzhen, que faz parte da Academia Chinesa de Ciências, publicaram um estudo sobre a biobateria. De acordo com o estudo, a biobateria é miniaturizada e portátil, permitindo controle eficaz sobre o estímulo bioelétrico das bactérias.
A biobateria gera eletricidade pela atividade metabólica de bactérias, resultando em até 10 ciclos de carregamento autônomo. Além disso, os cientistas revelaram que a biobateria apresenta 99,5% de eficiência coulombiana — que descreve a interação entre partículas com cargas elétricas.
A alta eficiência indica que a bateria perde pouca energia em 50 ciclos de carga e descarga. Surpreendentemente, as bactérias na biobateria chinesa mantiveram uma alta viabilidade de mais 70% durante todo o processo dos 50 ciclos.
Os cientistas ressaltam que, no final, a viabilidade das bactérias era de 97,6% devido aos organismos serem hidrogéis com biofilmes condutores em uma matriz para estímulo de nervos.
Cientistas criaram biobateria de bactérias usando impressora 3D
A composição da biobateria prioriza a sustentabilidade, que pode ser criada por impressoras 3D sem perder as características biológicas, incluindo a atividade elétrica. O estudo revela que a biobateria tem uma capacidade de 0,4 mAh, com uma densidade de energia de 0,008 Wh/L.
Embora os valores sejam inferiores aos das baterias de lítio, a biobateria chinesa oferece uma alternativa sustentável graças às bactérias.
O uso de lítio e cobalto, bem como outros componentes como manganês, são responsáveis pelos problemas ambientais das baterias. O descarte desses materiais também contribuem para a poluição de eletrônicos.
Portanto, os cientistas afirmam que o uso de biomateriais em aplicações de energia elétrica representam uma “via promissora” rumo à conversão e armazenamento sustentável de energia.
As biobaterias, segundo o estudo, são cruciais para o fornecimento sustentável de eletricidade.
Por: Pablo Nogueira