Solução foi capaz de suportar 500 ciclos completos de carga, o que é próximo de uma bateria de smartphone convencional
Cientistas da Universidade da Califórnia, nos EUA, atingiram um feito bem impressionante. A equipe construiu uma bateria gelatinosa flexível, sem toxicidade e que pode resistir a torções e cortes sem entrar em colapso — como aconteceria com as tradicionais baterias de íons de lítio.
As baterias flexíveis não são exatamente uma novidade no campo científico. Contudo, até pouco tempo atrás, os pesquisadores esbarravam em uma limitação que tornava a aplicação real da tecnologia praticamente impossível: a curta vida útil, que poderia em alguns casos ser de apenas algumas horas.
No entanto, a solução criada pelos cientistas dos Estados Unidos foi capaz de suportar 500 ciclos completos de carga, o que é próximo da capacidade máxima das baterias presentes em smartphones disponíveis atualmente no mercado global.
As baterias de íons de lítio, além de tóxicas, são altamente inflamáveis. Por este motivo, elas são envolvidas por um material sólido. O que motivou os pesquisadores foi encontrar uma solução mais segura e estável, que dispensasse a necessidade de um invólucro muito rígido.
Mesmo que você não saiba exatamente o que é um bateria de íons de lítio, se você utiliza algum aparelho eletrônico moderno, saiba que a alimentação e realizada por uma solução do gênero. Além do segmento de dispositivos móveis, as baterias do tipo estão presentes também no setor automotivo.
A tecnologia é amplamente usada na indústria em razão de sua alta densidade energética, durabilidade e velocidade de carregamento. Além disso, elas normalmente apresentam um ciclo de vida mais longo que outras alternativas, como as baterias de chumbo ácido.
Bateria de alta durabilidade
O resultado obtido pela equipe foi uma bateria flexível e resistente capaz de se regenerar ao sofrer danos. Durante os testes, os cientistas furaram o componente com agulha e também fizeram um corte de navalha. Porém, após um processo regenerativo, foi capaz de voltar a funcionar normalmente com até 90% da capacidade original.
Ainda há um fator limitante que impede o uso da tecnologia em cenários reais. Após 500 ciclos, espera-se que uma bateria convencional ainda tenha 80% de sua capacidade. No entanto, a bateria flexível da Universidade da Califórnia apresentou apenas 60%, fator que deve ser trabalhado em futuras pesquisas.
O fato é que os cientistas conseguiram um avanço muito significativo e que pode servir como base para inovações no futuro. A expectativa da equipe é utilizar a tecnologia para oferecer maior autonomia de energia para aparelhos eletrônicos vestíveis no futuro.
Por: Vinicius Marques