O que assistir no SXSW, maior festival de inovação e cultura do mundo

Confira alguns dos destaques dos nove dias de evento, que devem reunir mais de 300 mil pessoas em Austin, no Texas

A contagem regressiva está quase acabando. Nesta sexta-feira, 7 de março, tem início mais uma edição do South by Southwest, mais conhecido entre nós como SXSW. O maior festival de tecnologia e inovação do mundo (mesmo) tem ainda uma vantagem em relação aos outros eventos anuais do tipo. Além das mais de 3 mil palestras, paineis, workshops, mentorias e book signings, conta com um festival de cinema (com presença de astros famosos) e outro de música – afinal, foi assim que o SXSW começou, como um evento pop.

A maratona de atividades, que deve reunir mais de 300 mil pessoas em 9 dias, até 14 de março, traz desde CEOs de big techs até grandes pensadores de universidades como Harvard e MIT, passando por alguns dos maiores especialistas em inovação e tendências da atualidade. A maior qualidade do evento é também o que o torna mais difícil de acompanhar. São tantas atrações que é impossível tentar acompanhar um décimo do que está acontecendo.

Para quem vai estar por lá, a dica máxima é baixar o aplicativo SXSW Go, ir favoritando as palestras que quer ver, e depois dar uma limpa, porque você vai ter marcado muita coisa. E a partir daí ir fechando o que realmente vai ver com um dia ou dois de antecedência. A antecipação é importante para poder tentar conseguir um dos desejados SXXPress Passes, que dão direito a entrar antes no local escolhido. Para quem tem a Platinum Badge, dá para tentar dois dias antes no aplicativo. Para os que têm a Interactive, apenas no dia anterior, a partir das 9h.

Claro que, se não conseguir, vale a pena insistir e ir mesmo assim – mas tente chegar 1 hora antes, para palestras menos visadas, e 2 horas para as mais concorridas. E cheque no aplicativo se já estão lotadas ou não.

Para quem fica por aqui, vale a pena checar o canal de YouTube do festival, onde as palestras principais costumam ser postadas no dia seguinte. Quanto aos paineis menores, o áudio pode ser disponibilizado.

Para marcar na agenda

A seleção de nomes vai depender muito dos interesses de quem vai ao SXSW. Mas algumas palestras podem ser consideradas imperdíveis. Vale a pena chegar cedo no primeiro dia para conferir a apresentação que abre o evento, às 10h, horário local (13h em Brasília), no Austin Convention Center, Ballroom D. Kasley Killam, autora de The Art and Science of Connection, que vai falar sobre a conexão entre bem-estar, redes sociais, sucesso e longevidade.

Na sequência, já dá pra ficar lá mesmo para ver As 10 Tecnologias Emergentes de 2025, na visão de Niall Firth, Editor Executivo da MIT Technology Review, às 11:30. Também no primeiro dia, às 13h, vale a pena conferir o que Meredith Whittaker, presidente da Signal e crítica mordaz das big techs, tem a dizer sobre a atual ligação entre tecnologia e política nos Estados Unidos.

Sábado é dia de acordar cedo para entrar na fila da Amy Webb: a palestra começa às 10h, mas a fila começa às 8h, ou antes. A futurista apresenta seu relatório de tendências também no principal palco do SXSW, o Ballroom D do Austin Convention Center. Outro futurista que se apresenta no mesmo dia, às 14:30, é o bem-humorado Scott Galloway, professor da NYU School of Business.

Quem se interessa pelo tema da longevidade tem dois compromissos inadiáveis. No sábado, às 16h, o encontro será com Peter Attia, fundador e CEO da Early Medical, no Hilton, Salon H. Depois, no dia 13, às 16h, é a vez de conferir o que tem a dizer Bryan Johnson, que passa todos os seus dias tentando rejuvenescer. Não por acaso, sua empresa tem o nome significativo de “Don’t Die”.

Para os que se preocupam com o planeta, e sobretudo com os animais em extinção, vale a pena checar a apresentação de Ben Lamm e Joe Manganiello, fundadores da Colossal Biosciences, no domingo, às 13h. A empresa ficou famosa por querer trazer de volta animais que já desapareceram, como o mamute. Mas tem um trabalho muito sério voltado para os bichos que ainda estão aqui, mas correm o risco de desaparecer.

Outra palestra valiosa na área de sustentabilidade acontece um pouco antes, no dia 7, às 11:30, quando Kara Hurst, diretora de sustentabilidade da Amazon, vai falar sobre as estratégias das big techs para a transição para uma energia mais limpa. No Hilton, Salon H, para quem estiver por lá.

Redes e tendências

Não é de hoje que a Bluesky se tornou uma das principais alternativas para quem queria deixar o X (ex-Twitter) sob a direção de Elon Musk. Recentemente, com a aliança entre o empresário e o presidente norte-americano Donald Trump, esse movimento se intensificou. Quem vai falar sobre isso no festival é Jay Graber, CEO do Bluesky, que se apresenta no dia 10, segunda-feira, às 13h.

A computação quântica é o tema principal da terça-feira, dia 11, quando o palco principal do South by Southwest recebe Arvind Krishna, CEO Global da IBM, a partir das 13h. Também na terça, às 14:30, é a vez de Tim Berners- Lee, inventor da World Wide Web, conversar com Tye Brady, chefe de robótica da Amazon, sobre a evolução da IA física, especialmente da robótica. A palestra acontece no Hilton, Salon H.

Ela não é tão famosa quanto Amy Webb, mas manda tão bem quanto. No dia 12, às 11:30, vale a pena conferir a palestra de Sandy Carter, CEO da Unstoppable Domains, no Ballroom D. Uma das maiores especialistas em IA e blockchain do planeta, Sandy promete desmascarar os 10 principais mitos da inteligência artificial – e das tecnologias emergentes.

Os últimos dias do festival devem ser reservados para as (muitas) atrações cinematográficas e musicais. Mas ainda dá para curtir algumas palestras, como a de Bryan Johnson, já citada, ou então a que trata sobre o poder do storytelling na luta contra as mudanças climáticas, no dia 13, às 13h, no Austin Convention Center, Room 9ABC.

Por: Marisa Adán Gil