Startup chinesa pode ter acessado tecnologia da OpenAI sem permissão antes de avanço em IA
A Microsoft e a OpenAI investigam se indivíduos ligados à DeepSeek acessaram dados da OpenAI sem autorização, levantando preocupações sobre uma possível violação dos termos de serviço da empresa de inteligência artificial. A apuração ocorre após a equipe de segurança da Microsoft detectar atividades incomuns no ano passado, informou a Bloomberg.
A DeepSeek, startup chinesa de inteligência artificial com sede em Hangzhou, lançou recentemente seus primeiros modelos de raciocínio de código aberto, o DeepSeek-R1, que demonstraram desempenho comparável ao da OpenAI. A suspeita é de que a startup tenha utilizado a tecnologia da OpenAI antes de alcançar esse avanço.
A investigação se concentra no uso da interface de programação de aplicativos (API) da OpenAI, que permite que desenvolvedores integrem os modelos da empresa em seus produtos. O possível acesso indevido teria contornado restrições da plataforma, permitindo a obtenção de grandes quantidades de dados além dos limites estabelecidos.
O caso ocorre em um momento de forte reação do mercado ao avanço da startup chinesa. O anúncio do DeepSeek-R1 contribuiu para uma queda global nas ações de tecnologia, impactando índices como Nasdaq, Dow Jones e S&P 500. A Nvidia, fabricante de chips essenciais para IA, viu suas ações despencarem 17%, resultando em uma perda de US$ 600 bilhões (R$ 3,5 trilhões) em valor de mercado.
Paralelamente, o aplicativo de chatbot da DeepSeek subiu para o topo da App Store da Apple, enquanto o site da startup enfrentou instabilidade devido ao aumento no volume de acessos. O modelo DeepSeek-V3, lançado em dezembro, teria custado apenas US$ 5,6 milhões (R$ 32,9 milhões) para ser treinado nos chips H800 da Nvidia, significativamente menos do que os investimentos de bilhões de dólares feitos por rivais como OpenAI e Meta.
As autoridades dos EUA acompanham o caso. O Conselho de Segurança Nacional já avalia os riscos de segurança associados ao avanço da DeepSeek. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o governo vê o modelo da startup chinesa como um “alerta” para o setor de IA nos EUA.
Por Alice Labate