Mapa da NASA revelou colinas abissais, pequenos vulcões submarinos e margens continentais até então desconhecidas

Os oceanos cobrem mais de 70% da superfície da Terra. No entanto, conhecemos muito pouco do que existe embaixo da água. Um cenário que começa a mudar com um novo trabalho realizado por cientistas da NASA.

A partir de medições de satélite e dos dados da missão Surface Water and Ocean Topography (SWOT), eles desenvolveram um mapa detalhado do fundo do oceano. O resultado é a criação de uma imagem muito mais clara do que a que ciência tinha após 30 anos de informações coletadas por navios e satélites mais antigos.

Mapa apresenta resolução duas vezes maior que as observações mais antigas

Os cientistas da NASA usaram a altimetria de radares de satélites para medir as alturas da superfície do oceano com alta precisão. A equipe se concentrou em três tipos de características subaquáticas: colinas abissais, pequenos vulcões submarinos e margens continentais.

Os pesquisadores, então, mapearam colinas individuais e localizaram onde a direção das cristas mudou. Isso sugere que em algum ponto da história do nosso planeta, a placa tectônica que formou estas estruturas mudou a direção de seu movimento.

Satélite da NASA revelou mapa detalhado do fundo do oceano (Imagem: NASA/SWOT)

O estudo ainda conseguiu identificar a posição de milhares de vulcões submarinos de tamanho menor e que eram desconhecidos até então. Eles possuem menos de mil metros de altura, o que fazia deles impossíveis de serem localizados anteriormente.

As novas observações de satélite têm uma resolução cerca de duas vezes maior que as observações mais antigas, apresentando uma oportunidade de entender melhor as características geológicas do fundo do mar, afirma o trabalho.

Ainda conhecemos muito pouco do mundo oceânico (Imagem: Satit Sewtiw/Shutterstock)

Mapeamento continua sendo aperfeiçoado com novos dados

A missão da NASA destinada a criar o mapeamento detalhado do fundo do oceano deve durar três anos.

A ideia é continuar coletando dados sobre correntes oceânicas e avaliando a disponibilidade de água doce no mundo.

A esperança é que estas informações possam ajudar a entender mais sobre a reconstrução de placas tectônicas, navegação subaquática e mistura oceânica profunda.

O mapa foi apresentado em estudo publicado na revista Science.

Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares