A SUMAC Records, gravadora e produtora audiovisual de Cuiabá (MT), surgiu em 2019 com o objetivo de impulsionar artistas autorais locais e fortalecer a cena artística regional. Fundada por Lucas Oliveira, a SUMAC se consolidou como um ecossistema de serviços criativos, incluindo produção musical, audiovisual, gestão de carreira, marketing e eventos culturais. Desde 2020, a gravadora conta com a expertise de João Pedro Pace, economista e consultor, que se tornou peça-chave na evolução do projeto.
O 360 News conversou com João Pedro Pace para explorar sua jornada, a expansão da SUMAC e como paixão e estratégia transformam o ecossistema cultural.
360 News: Qual o papel da criatividade na SUMAC e como vocês lidam com os desafios do setor?
Pace: Nosso principal objetivo é ajudar artistas a viverem de sua arte, unindo criatividade na gestão e execução de projetos. Inspirados pelo conceito de economia criativa, buscamos transformar manifestações culturais em atividades economicamente viáveis, como shows, músicas e eventos. Para superar os desafios do setor, criamos um ecossistema que conecta artistas ao público, tanto no digital quanto no presencial. Utilizamos plataformas como Instagram, YouTube e serviços de streaming para formar comunidades, enquanto organizamos eventos que promovem engajamento direto e ampliam a visibilidade dos talentos.
Nossa trajetória de expansão reflete a capacidade de encontrar oportunidades nas adversidades. A necessidade de pagar as contas nos impulsionou a inovar, enxergando novas possibilidades de negócios. Hoje, aplicamos os aprendizados em marketing digital e produção audiovisual para oferecer serviços também a clientes de outros segmentos, ampliando nosso impacto e consolidando nosso papel no mercado criativo.
360 News: Como a SUMAC expandiu suas atividades para além de uma gravadora?
Pace: Logo percebemos que a música envolve muito mais do que gravações e lançamentos. É uma cadeia complexa que demanda soluções criativas e estruturadas.
Hoje nos tornamos um Grupo de empresas, que funciona como um ecossistema de experiências e serviços criativos.
Assim, além da produção musical, investimos em audiovisual, eventos culturais e marketing. Hoje, oferecemos serviços que vão desde a criação de clipes até o planejamento de campanhas digitais. Atuamos tanto com artistas, como outros produtores culturais e até mesmo empresas de outros segmentos que buscam uma abordagem criativa nas redes e em eventos,
Organizamos eventos próprios, como o Baguncinha Festival, que se tornou referência local, conectando novos talentos com públicos diversos. Esse modelo fortaleceu a relação entre artistas e fãs, além de abrir novas frentes para nossos serviços.
360 News: Como vocês utilizam inovação para conectar música e arte ao público?
Pace: A inovação é o alicerce da SUMAC. Utilizamos eventos presenciais como uma estratégia para conectar público e artistas: enquanto participam de diversas atividades, as pessoas acabam descobrindo novas músicas, criando um ciclo em que a qualidade artística conquista o público e os incentiva a consumir mais conteúdo digital. Esse ecossistema, que combina criatividade e tecnologia, é o que torna possível nosso impacto cultural e nossa sustentabilidade financeira.
A SUMAC opera como um laboratório criativo, unindo artistas e tecnologia para explorar novas possibilidades. Essa abordagem inovadora não apenas gera impacto cultural, mas também se tornou nossa principal fonte de renda, permitindo que continuemos investindo na cultura. Sem essa estratégia, dificilmente sobreviveríamos. Por isso, seguimos provando que a inovação no setor cultural é viável economicamente, mostrando que arte e criatividade geram conhecimento prático e resultados financeiros.
Nosso diferencial está nos aprendizados extraídos da economia criativa, evidenciando que é possível construir um ecossistema onde arte, inovação e sustentabilidade caminham juntos.
360 News: Como sua formação em economia influenciou o modelo da SUMAC?
Pace: Minha formação em economia e o conceito de “destruição criativa”, de Joseph Schumpeter, influenciaram muito. A ideia de substituir modelos antigos por novos é essencial na inovação. Aplicamos isso ao mercado cultural, criando oportunidades para artistas se destacarem e para o público consumir arte de formas inéditas.
Nossa estrutura interna, baseada em verticalização, permite reduzir custos e entregar resultados de alta qualidade. Isso ajuda tanto na sustentabilidade financeira quanto na entrega de valor para artistas e clientes.
360 News: Quais foram os principais desafios para tornar a SUMAC sustentável?
Pace: O mercado cultural em Cuiabá ainda é restrito. Além disso, a valorização de serviços artísticos enfrenta barreiras, especialmente com a concorrência de plataformas gratuitas. Para enfrentar isso, verticalizamos nossos serviços, desde a produção musical até a organização de eventos, o que nos permite controlar custos e garantir qualidade.
Outro desafio é educar o público sobre o valor da arte. Criamos experiências imersivas, como eventos únicos, para demonstrar o impacto da cultura na vida das pessoas.
360 News: Qual a importância do Baguncinha Festival na trajetória da SUMAC?
Pace: O Baguncinha Festival é nosso maior projeto. Ele começou pequeno, mas rapidamente se tornou uma plataforma vital para artistas locais. Hoje, reúne mais de 20 atrações por edição, conectando música urbana e contemporânea a um público jovem.
O festival é uma vitrine para talentos emergentes, criando oportunidades para que suas músicas alcancem novos fãs. Combinamos diversidade artística e qualidade para oferecer uma experiência autêntica e culturalmente rica.
Convido todos a acompanharem o festival e descobrirem os talentos incríveis da nossa região. Estamos preparando a próxima edição e continuamos comprometidos em transformar o cenário artístico de Cuiabá.