Professores premiados levam projetos inspiradores à 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovendo o uso de metodologias criativas em sala de aula
Copinhos de café descartáveis, palitos de picolé, algodão, garrafa pet, uma caixa de madeira e um termômetro digital. Esses foram os materiais utilizados pelos professores Jayro Lana, de Geografia, e Caio Oliveira, de História, para montar uma Estação Meteorológica caseira para o Centro de Ensino Fundamental 01 da Candangolândia (DF).
“A estação tem o objetivo de captar o microclima local, neste caso da escola, analisando como os vários fatores influenciam na qualidade de vida e bem-estar dos alunos”, explicou Jayro, que levou o projeto para ser apresentado na 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Os professores Jayro e Caio representavam os 25 docentes premiados pelo Prêmio Paulo Freire de Educação, promovido pela Comissão de Educação, Saúde e Cultura (Cesc), da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Para ampliar a visibilidade dos trabalhos dos professores, a SNCT firmou parceria com o prêmio, possibilitando que eles visitassem e apresentassem seus projetos durante o evento.
“Nós registramos a temperatura, a umidade do ar, a direção e velocidade do vento e a qualidade do ar e conseguimos, por exemplo, avaliar se as condições climáticas são favoráveis para os alunos realizarem atividades físicas”, contou o geógrafo.
Outro projeto ganhador foi o do professor de Matemática Moacir de Andrade, do Centro de Ensino Médio Ave Branca (CEMAB) de Taguatinga (DF). Em sua proposta, o matemático utiliza de maneira lúdica as formas geométricas presentes na natureza para explicar geometria para os alunos.
“Se prestarmos atenção, conseguimos identificar características matemáticas na natureza, como os espirais do girassol, as espirais da Via Láctea ou o formato hexagonal dos favos de mel das abelhas”, explicou Moacir.
Roda de conversa
Antes das apresentações, o presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (Cesc) e criador do prêmio Paulo Freire de Educação, o deputado distrital Gabriel Magno, participou de roda de conversa com os professores e manifestou o desejo de trazer a premiação para o evento nos próximos anos.
“O prêmio tomou uma proporção que nunca imaginamos. Para os próximos anos, queremos implementar um incentivo que assegure a continuidade desses programas. Como professor, sei que, na maioria das vezes, esses projetos são financiados do bolso dos educadores”, disse o parlamentar. “Integrá-lo à SNCT dá a visibilidade que ele merece”, concluiu.
Além do deputado, esteve presente a coordenadora Geral de Popularização da Ciência e Tecnologia do MCTI, Luana Bonone. Ela reafirmou o compromisso da pasta em fortalecer a parceria em futuros incentivos e projetos com a premiação. “Queremos dar luz, colocar em evidência o trabalho que os professores brasileiros fazem na iniciação científica e popularização da ciência. Queremos ouvir o que as pessoas esperam do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para que a gente possa construir uma ação com os clubes de ciência, museus, as feiras e olimpíadas”, disse a coordenadora.
Premiação
Em sua segunda edição, o prêmio foi criado o objetivo de incentivar professores da rede pública e privada a desenvolverem projetos transformadores no ensino da capital federal. Além disso, busca relembrar o legado do educador Paulo Freire, inspirando novos projetos educativos em Brasília.
Entre eles, foram premiados quinze, três em cada categoria temática, durante uma sessão solene em agosto na Câmara Legislativa do Distrito Federal, com mais de 1.400 presentes.
As temáticas da segunda edição foram:
- Educação sobre História e Cultura Afro-Brasileira, Indígena e Antirracista;
- Educação ambiental e patrimonial;
- Cultura de Paz;
- Educação Inclusiva;
- Práxis transformadoras nas Áreas do Conhecimento