Os talentosos alunos do Sesi Escola Várzea Grande transformaram a Feira Steam em um espaço reflexivo sobre a urgência de um olhar mais atento às questões ambientais. Após se dedicarem por meses a estudos que unem tecnologia e sustentabilidade, a turma desenvolveu projetos inovadores com foco nos desafios da atualidade, como descarte de lixo, acessibilidade, queimadas, reciclagem, entre outros.

Sufocado pela fumaça das queimadas que predominam em parte do estado entre os meses de agosto e setembro, Victor Matheus Candido, da equipe Ar Tec, teve a ideia de criar um filtro. O equipamento é feito de garrafa PET, papelão e isopor. “Ele filtra as fumaças que são mais poluentes. Pensamos nesse projeto na época em que estávamos enfrentando muitas queimadas e queríamos ajudar”, explica o adolescente.

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AAr Tec teve a ideia de criar um filtro de fumaça.

O túnel sensorial foi o chamariz da feira. Produzido pelos alunos do 1º ano do ensino fundamental, o ambiente chamava a atenção com seu espaço escuro, proporcionando uma experiência única. O local dispunha de tapetes feitos com tampinhas de garrafa PET e CDs para estimular o tato. O paladar era aguçado com chá quente e gelado, enquanto o varal de aromas com garrafas PET e ervas despertava o olfato. Já a audição era ativada a critério do visitante, que podia escolher músicas agitadas ou calmas nos fones de ouvido.

No final do tour, a visão era encantada pelo céu estrelado, com desenhos feitos pelos alunos inspirados nos artistas Van Gogh e Tarsila do Amaral. Todo o trajeto foi conduzido com maestria pelo aluno Gustavo Cruz, de 7 anos. “É superdivertido ver nosso trabalho exposto aqui”, conta o pequeno. As professoras Sara Santiago e Miciany Soares foram fundamentais para o sucesso do projeto. “Eles estudaram os sentidos de acordo com o corpo humano e tivemos a ideia de fazer esse túnel. Eles trouxeram os materiais que estão aqui dentro, e nós ajudamos na confecção”, detalha Miciany.

Pensando na acessibilidade de pessoas com deficiência, a turma do Baratas Radioativa produziu uma lixeira com sensor. “A tampa dela abre ao aproximar as mãos ou qualquer outro membro interior do corpo. A ideia é promover o acesso para pessoas com deficiência e, ao mesmo tempo, colaborar com o descarte correto do lixo”, pontua Yasmin.

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Os brincquedos tambémchamaram atenção.

Entre os professores que contribuíram para o sucesso da Feira Steam, estão Bia Moraes, professora de educação tecnológica, Jessico Ferreira, professor de ciências e educação tecnológica, e Carlos Juliani, professor de robótica.

Para Jessico, o sentimento é de dever cumprido. “É satisfatório ver o aprendizado baseado em projetos feitos com intencionalidade e planejamento”, diz. Bia complementa ressaltando o papel da nova geração de inovadores. “Estamos preparando essas crianças e jovens para transformarem o mundo de forma positiva.” Carlos acredita que, a partir dessas iniciativas, os discentes serão adultos com mais experiências. “Eles terão mais capacidade técnica para lidar com os desafios da modernidade”, finaliza.

A gerente da unidade de ensino, Luciana Brandão, lembra que foram meses de dedicação para chegar ao projeto final. “Os alunos fizeram pesquisas, identificaram os problemas e pensaram nas possíveis soluções. Depois, começaram a parte prática, com vários dias na sala maker desenhando e produzindo os protótipos de todo o experimento”, recorda a gerente.

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Lixeira acessível construída por estudantes.

Luciana ainda defende o protagonismo dos estudantes para um futuro de possibilidades. “Muitos desses trabalhos podem ser apresentados em grandes feiras, render bolsas de iniciação científica e até ganhar prêmios. Por isso, é imprescindível estimular os jovens a serem protagonistas da sua própria aprendizagem”, ressalta.

O evento contou com mais de 60 trabalhos, todos sob a temática Trash Trek – Jornada do Lixo, que permeou a aprendizagem deste ano na unidade de ensino.

Texto e fotos: Fernanda Nazário