Nos últimos quatro anos, os jogos digitais se tornaram uma das mais importantes formas de diversão e entretenimento para os brasileiros. Essa preferência, naturalmente, também se reflete no respectivo setor do mercado, que evoluiu consideravelmente e conquistou o grande público nacional. Isso é o que mostra a Pesquisa Game Brasil 2024, desenvolvida pelo Sioux Group e Go Gamers, em parceria com Blend New Research e ESPM.

O levantamento contou com a participação de 13.360 participantes, entrevistados entre 21 de dezembro de 2023 a 17 de janeiro de 2024. No grande grupo, 73,9% das pessoas afirmaram ter o hábito de jogar videogames. O crescimento é de 3,8 pontos percentuais, em relação ao ano passado, e demonstra a potência do consumo de jogos eletrônicos no Brasil.

Outro ponto que chama a atenção é que os jogos eletrônicos estão entre as principais formas de diversão dos entrevistados. Durante o período pandêmico, em 2020, o percentual de jogadores era de 57,1%. Já em 2024, esse número chega ao total de 85,4%, mostrando a relevância dos jogos digitais como uma das principais plataformas de entretenimento dos brasileiros.

Tendência do consumo de jogos digitais no Brasil nos últimos anosFonte : PGB

Ainda segundo os dados da PGB 2024, as mulheres voltaram a se destacar nesse meio e, hoje, representam 50,9% do total de gamers. Esse aumento se deve ao fato do uso impulsionado pelos smartphones, que detém a maioria do público feminino. Para Luiz Guilherme Guedes, CEO da EPICdigitais, empresa referência no setor de economia criativa, o mercado criativo nunca esteve mais aquecido.

“Vivemos em uma era profundamente conectada que sente, cada vez mais, a necessidade de se identificar com uma comunidade”, explica o empresário. “O mercado gamer não é só um meio de entretenimento, mas se tornou em uma forma de se expressar e de se conectar com pessoas que possuem os mesmos interesses e estilos de vida”.

Conforme explica Guedes, os dados apontam que os jogadores brasileiros compartilham interesses similares e citam hábitos comuns durante as sessões de jogatina, como assistir vídeos, ouvir música, e mais. A pesquisa também sugere que a preferência pelos jogos não é, necessariamente, recente, já que mais de 70% dos entrevistados jogam desde quando eram crianças.

Dos consoles para o mercado profissional

Os videogames já representam a maior indústria do entretenimento do mundo, tendo um público que consome US$ 188 bilhões em produtos e serviços, segundo o relatório da consultoria Newzoo. Com expectativa de quadruplicar renda no Brasil até 2026, a carreira no mercado de jogos eletrônicos apresenta grande potencial. Segundo o relatório PwC 2022-2026, a indústria brasileira de jogos eletrônicos deve chegar aos US$ 2,8 bilhões (R$ 13 bilhões).

“Em um mercado tão gigantesco como o de games, há espaço para as mais diversas profissões. Há uma gama enorme de possibilidades no setor, como profissionais de recursos humanos, relações-públicas, contadores, especialistas em marketing, publicitários, gestores de projetos e analistas de vendas, por exemplo. Já na parte criativa, propriamente envolvida na criação dos jogos, há necessidade por pessoas com habilidades em design, programação, softwares, testers, som e mais”, afirma Luiz Guilherme Guedes.

Com a aprovação do Marco Nacional dos Games, essa indústria poderá crescer ainda mais com os incentivos e investimentos. Além de beneficiar o consumidor final, a medida também formalizará a entrada de profissionais da área no mercando, gerando novos empregos.

Fonte: TecMundo