Com a mudança, a Liga pretende agilizar as decisões de lances polêmicos
Boa notícia para quem não tem paciência com o VAR. A principal liga de futebol do Reino Unido vai mudar a tecnologia que utiliza para detectar os impedimentos. A Premier League usará dezenas de iPhones combinados com modelos de aprendizado de máquina para ajudar os árbitros a definirem jogadas polêmicas. O serviço ficará a cargo da empresa Genius Sports..
A Genius chama sua tecnologia de detecção de impedimento de “Tecnologia de Impedimento Semi-Assistida” (SAOT, na sigla em inglês). Segundo a empresa, ela pode criar renderizações 3D precisas de cada jogador, ajudando os árbitros a definir exatamente onde está a linha de impedimento no campo e onde todos os jogadores estão em relação a ela. Para fazer isso, é preciso muitas câmeras.
“Queríamos nos afastar das câmeras 4K, que eram significativamente mais caras”, explica Matt Fleckenstein, diretor de produto da Genius, ao The Verge. “Queríamos ver se poderíamos mudar para um celular mais acessível.” A empresa acabou usando iPhones, em grande parte porque era o que os funcionários conheciam melhor em termos de desenvolvimento de software.
Fleckenstein conta que “o segredo é implantar de 24 a 28” iPhones — principalmente iPhone 15 Pros — para cobrir uniformemente o campo e as laterais, geralmente em pares de plataformas personalizadas que seguram dois telefones ao mesmo tempo, com ângulos ligeiramente diferentes para garantir que uma área seja coberta.
Esse método daria à Genius “entre 7 mil e 10 mil” pontos de dados, permitindo gerar uma espécie de malha virtual 3D de cada jogador. Ter tantos pontos de dados possibilita que o sistema tolere a falta de detalhes devido a problemas como iluminação, afirma leckenstein.
Os algoritmos preditivos da Genius processam os dados para identificar partes individuais do corpo — até de dedos dos jogadores — e prever onde eles estão quando estão fora de vista. A empresa treinou seu sistema usando “várias temporadas” de partidas de futebol.
Tudo isso serve para determinar a posição de cada jogador em relação aos outros, à bola e ao goleiro. As marcações de impedimento são feitas “quando a bola sai do pé do jogador que ataca”, diz Fleckenstein.
Mas a tecnologia seria melhor que o VAR? O executivo não revela comparações de desempenho, mas destaca que outros sistemas de VAR usam apenas “30 ou 40 pontos do corpo”, construindo uma espécie de versão esquelética rudimentar do jogador. Ou utilizam apenas o rastreamento do “centro de massa”, onde cada jogador é representado por um único ponto de dados.
A tecnologia da Genius Sports deve ser implementada pela Premier League antes do final deste ano, mas a data oficial ainda não foi anunciada.
Fonte: Época Negócios