Nos últimos anos, o setor de seguros tem experimentado um crescimento significativo, refletindo uma maior consciência sobre a importância da proteção financeira. No entanto, esse aumento também trouxe um crescimento nas fraudes de seguros, afetando tanto as companhias seguradoras quanto os segurados. De acordo com a CNseg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização), em 2023, aproximadamente R$ 2,6 bilhões dos R$ 19,8 bilhões em indenizações foram considerados suspeitos.
O cenário é global, não é só no Brasil que as fraudes de seguro estão em evidência. Segundo a Federação Interamericana de Empresas e Seguros (Fides), somente na América Latina, o prejuízo anual foi de cerca de US$ 50 bilhões. Entre todos os países, o mais afetado foi a Argentina, com 45% das contratações de seguros consideradas irregulares.
Segundo Bernardo Ribeiro, cofundador da Azos, insurtech que oferece soluções para Seguro de Vida, a tecnologia é uma grande aliada e deve ser utilizada no auxílio à prevenção de fraudes. “Com os avanços tecnológicos, estamos transformando a maneira como enfrentamos as fraudes. No caso da Azos, temos a nossa própria Inteligência Artificial, o Fred, que em um tempo médio de 3 segundos consegue aceitar ou não a proposta de um cliente, além de identificar possíveis fraudes. Garantindo assim um serviço mais seguro e mais vantajoso”, comenta.
Fred, IA própria da Azos, utiliza algoritmos para analisar milhares de dados externos e internos, incluindo informações da Receita Federal para determinar se o perfil do cliente é adequado para contratar um seguro. Dessa forma, a IA pode identificar perfis potencialmente fraudulentos ou de omissão de alguns dados importantes para a análise de risco.
Neste cenário, existem diversos cenários: omissão de uma condição de saúde preexistente para conseguir preços melhores, contratação de um seguro para uma outra pessoa e, também, uma vez contratada uma apólice, o segurado envia documentações falsas para receber uma indenização. Para evitar esses e outros tipos de fraude, os investimentos no setor de tecnologia são essenciais. A pesquisa realizada pela Reuters Events, aponta que os gastos globais com tecnologia em seguros podem alcançar a marca dos US$362 bilhões até o ano de 2025. Isso demonstra que, apesar dos desafios econômicos, as insurtechs seguem apostando em ferramentas e modelos de negócios que contribuam para garantir a segurança dos patrimônios.
“O uso da inteligência artificial dentro das empresas de seguro já está transformando a forma de se fazer análise de risco e de sinistros. Os clientes serão os maiores beneficiados nesse processo: podemos esperar uma redução de preços e produtos mais personalizados uma vez que as fraudes e omissões serão detectadas com muito mais precisão”, conclui Bernardo.