O Vale do Pacu é um ecossistema de inovação que está sendo desenvolvido nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande, no estado de Mato Grosso. O ecossistema é composto por universidades, centros de pesquisa, empresas, startups, governo, incubadoras, aceleradoras e instituições de fomento, que trabalham em conjunto para impulsionar a inovação.
Entendo que, “as áreas de inovação mais expressivas são notadamente as que investem em ambientes de apoio à inovação, suporte técnico aos empreendedores, acesso a fomento, a qualificação e condições favoráveis aos florescimentos de negócios tendo a inovação como principal pilar de sustentação”, o Vale do Pacu visa promover a inovação, o empreendedorismo e o desenvolvimento tecnológico na região, consolidando um ambiente propício para o surgimento e crescimento de startups, empresas de tecnologia e iniciativas inovadoras.
Segundo dados levantados pelo SEBRAE, “as MPEs – Micro e Pequenas Empresas participam com quase 30% de representatividade no PIB brasileiro, contribuindo diretamente para a transformação social e econômica do Brasil. Portanto, desenvolver metodologias que possam ser capazes de impulsionar os municípios brasileiros rumo à inovação e prover ações de estímulo ao empreendedorismo, a transformação de ideias em produtos e serviços de sucesso e a geração de novas empresas inovadoras, tem sido nos últimos anos uma prioridade do Sistema SEBRAE, visando apoiar estes municípios em suas estratégias locais de desenvolvimento econômico e social”.
Neste sentido, o SEBRAE tem incentivado a transformação regional a partir da inovação, utilizando como método a metodologia ELI – Ecossistemas Locais de Inovação, criada em parceria com a CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras. Em Mato Grosso, o processo de ativação do ELI já se faz presente em Tangará da Serra, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sinop, Alta Floresta, Rondonópolis, Diamantino, Barra do Garças, Primavera do Leste, Cáceres, Juína, Sorriso e Cuiabá e Várzea Grande.
Motivado por esse movimento, nasceu o Vale do Pacu, Ecossistema de Inovação de Cuiabá e Várzea Grande, do qual podem fazer parte os municípios e baixada cuiabana.
O objetivo desse e dos outros ecossistemas de Mato Grosso baseia-se no modelo da Hélice Quádrupla, engajando governo, empresas inovadoras, terceiro setor e academia. Desta forma, universidades como a UNEMAT, UFMT, IFMT, UNIVAG, FATEC entre outras, têm papel fundamental, contribuindo com pesquisa, desenvolvimento e formação de profissionais qualificados. Professores, pesquisadores, servidores públicos, iniciativa privada como 360 News, Sicredi, Empreededores Locais, Voluntários e Comunidades de Startups como Digoreste Startups, StartupMT participam ativamente do Vale do Pacu.
Como necessidade primeira, identificou-se que um dos principais desafios é a ausência de uma legislação específica para a inovação em Cuiabá e Várzea Grande. Por isso se faz necessário e urgente a criação de um marco regulatório essencial para fornecer segurança jurídica e incentivar investimentos. Há também a necessidade de leis de incentivos fiscais e políticas públicas que promovam a inovação e o empreendedorismo.
Entre as iniciativas e projetos, o Vale do Pacu defende a criação do Parque Tecnológico de Cuiabá, que, aos moldes do Porto Digital de Recife, seja um parque instalado no centro histórico. Essa é também uma forma de recuperar a região que vem sofrendo com questões econômicas, urbanísticas, sociais e culturais. Além disso, é uma proposta que visa fornecer infraestrutura e suporte para que startups e empresas de tecnologia possam comercializar suas soluções e produtos, podendo até mesmo ser uma ponte para conectar a pesquisa e desenvolvimento realizada no Parque Tecnológico do Estado aos consumidores finais.
O desenvolvimento do Vale do Pacu tem o potencial de transformar Cuiabá e Várzea Grande em polos de inovação no Centro-Oeste do Brasil. A expectativa é que a consolidação desse ecossistema atraia investimentos, gere novos empregos, promova o desenvolvimento econômico sustentável e coloque a região em destaque no cenário nacional de inovação e tecnologia.
Texto: Milena Vilar