A relação entre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) do Brasil e a Inteligência Artificial (IA), em seus mais diversos usos, é algo que precisa urgentemente entrar na pauta de gestão das empresas de todos os setores. A opinião é de Esdras Moreira, diretor do SEPRORGS para a regional Serra Gaúcha e CEO da empresa Introduce, que define a interação entre estes dois pontos como “complexa e multifacetada”.
Segundo Moreira, a LGPD impõe várias obrigações às organizações que processam dados pessoais, enquanto a IA, uma tecnologia em expansão, tem o potencial de manipular grandes volumes de dados pessoais para diversas finalidades.
“Por um lado, a IA pode ser vista como uma vilã no contexto da proteção de dados, especialmente se as organizações usam IA sem considerar as implicações da LGPD”, explica o diretor, que elenca alguns pontos de atenção para a relação entre a Inteligência Artificial e a Lei Geral de Proteção de Dados.
Conforme o especialista, alguns riscos associados ao uso da IA sem a devida conformidade com a LGPD são:
- Violação de Privacidade: Algoritmos de IA podem invadir a privacidade dos indivíduos, identificando informações sensíveis ou criando perfis detalhados sem consentimento explícito.
- Decisões Automatizadas: A IA pode tomar decisões significativas baseadas em dados pessoais sem transparência ou possibilidade de contestação.
- Segurança de Dados: Sistemas de IA podem ser vulneráveis a ataques cibernéticos, resultando em vazamentos de dados pessoais.
“É muito importante uma abordagem holística para integrar a conformidade com a LGPD em todas as etapas do desenvolvimento e implantação de sistemas de IA. Assim, se faz fundamental adotar uma visão que valorize e proteja os dados pessoais dos usuários, consolidando a IA como uma ferramenta de empoderamento e inovação responsável,” conclui o especialista.