A posição das stablecoins nas finanças tradicionais seguirá um caminho semelhante ao da música digital, passando do “compartilhamento de arquivos fora da lei” para serviços de streaming digital como o Spotify.
A Y Combinator, uma incubadora de startups do Vale do Silício, considera as stablecoins, o metaverso e a inteligência artificial (IA) os setores mais promissores para a inovação.
Em seu relatório anual “Requests for Startups” (Solicitações para Startups, em tradução livre), publicado em 15 de fevereiro, a Y Combinator disse que as stablecoins têm um imenso potencial como opção de pagamento transfronteiriço, ao mesmo tempo em que também vê futuro na tecnologia de realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR) aplicada além do universo dos jogos. Enquanto isso, a IA poderia personalizar softwares corporativos e facilitar os “processos de back office.”
Em uma seção dedicada às stablecoins, Brad Flora, sócio do grupo Y Combinator, disse que as stablecoins parecem “ser uma grande parte do futuro do dinheiro”, comparando o setor com o de música digital no início dos anos 2000.
“É importante ressaltar que esses grandes players foram todos superados no final pelo Spotify, uma startup fundada durante esse mesmo momento de transição”, explicou Flora.
“Essa utilidade é tão direta que parece inevitável que as finanças tradicionais sigam o mesmo caminho”, completou.
O tamanho do mercado de stablecoins gira em torno de US$ 136 bilhões atualmente, mas a “oportunidade parece muito maior”, acrescentou Flora, observando que apenas sete milhões de pessoas já realizaram transações com stablecoins, apesar de mais de 500 milhões de pessoas viverem em países com índices de inflação acima de 30%.
Até o momento, a Y Combinator já financiou 81 startups de criptomoedas e Web3, incluindo Coinbase, OpenSea, TRM Labs e Quantstamp, de acordo com a empresa.
Enquanto isso, Diana Hu, outra sócia do grupo, disse que os avanços em AR e VR continuam, acrescentando que a empresa espera ver startups criando software para esses dispositivos que possam ir além dos jogos.
“Ainda há muitos desafios a serem resolvidos para a descoberta dos melhores casos de uso, melhores práticas de UX/UI e muito mais – estamos entusiasmados em trabalhar com fundadores que estão na fronteira dessa tecnologia”, disse Hu.
Os recentes lançamentos do Apple Vision Pro e do Meta Quest 3 mostram que o progresso está indo na direção certa, acrescentou ela:
No entanto, ela reconheceu que os desafios da experiência do usuário (UX) e da interface do usuário (UI) continuam a ser uma barreira para a adoção generalizada.
Enquanto isso, o software empresarial desenvolvido com IA, os modelos de linguagem grande (LLMs) e a “IA explicável” também foram listados pela Y Combinator em seu apelo às startups.
Em vez de ter um software empresarial de tamanho único, um dos diretores executivos da Y Combinator, Harj Taggar, diz que a IA poderia ajudar as empresas a criar seus próprios sistemas personalizados de gerenciamento de relacionamento com clientes, de recursos humanos e de planejamento.
Além disso, os LLMs poderiam ajudar em muitos “processos administrativos” que, historicamente, eram realizados manualmente por “grandes equipes de pessoas”. Entre essas tarefas estão a avaliação de solicitações, o preenchimento de documentos, o monitoramento de transações e a realização de análises de conformidade.
A IA explicável, por outro lado, tem como objetivo explicar as decisões criadas a partir de algoritmos de modelos de aprendizado de máquina. Ela poderia fornecer contexto sobre a pontuação de crédito de uma pessoa ou até mesmo oferecer diagnósticos médicos.
No entanto, confiar que os modelos de IA estarão isentos de preconceitos será uma tarefa desafiadora para os inovadores, disseram Hu e Nicolas Dessaigne, outro sócio do grupo na empresa.
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Por: BRAYDEN LINDREA