Os principais mercados consumidores do mundo estão cada vez mais exigentes, o que significa que toda a cadeia produtiva precisará demonstrar as práticas sustentáveis existentes na agricultura.
É por isso, inclusive, que o Programa 3S, criado pela Cargill em 2010 na América do Sul, é uma iniciativa que pode servir como balizamento para o setor como um todo. A ideia parte do conceito de que o apoio ao produtor na evolução de indicadores sociais, ambientais e produtivos da propriedade dele vai, no cômputo geral, acelerar a sustentabilidade de toda uma região.
Em 2022, os números gerados pelo programa indicam que houve um aumento de 19%, em relação ao ano anterior, no volume da soja 3S em todo o Brasil. O crescimento, segundo a Cargill, responde à demanda do mercado e está alinhado com uma série de atividades que a empresa tem desenvolvido para apoiar uma cadeia produtiva livre de desmatamento e uma produção mais sustentável.
A partir de visitas regulares e assistência técnica, o Programa 3S verifica cinco principais pontos: uso sustentável do solo, Boas Práticas Agrícolas (BPAs), relações com a comunidade e direitos humanos, melhoramento contínuo e emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE).
Velas ao mar
Saindo da linha de produção em si, quando falamos sobre olhar literalmente para a cadeia como um todo, não podemos ignorar os processos atrelados à questão logística. Como o agro usa, além do transporte terrestre, muitas rotas muito compridas de transporte marítimo, o tipo de combustível que vai movimentar os navios mundo afora também passa a ser fundamental.
Por isso, a chegada do Pyxis Ocean ao Porto de Paranaguá, logo na primeira viagem do navio, é carregada de importância e simbolismo. A embarcação é o primeiro cargueiro a cruzar os oceanos com ajuda da força do vento, aliando eficiência energética a um menor impacto às emissões de carbono.
A tecnologia embarcada no navio é resultado do trabalho de cooperação entre Cargill, BAR Technologies, Mitsubishi Corporation e Yara Marine Technologies. Trata-se do primeiro sistema de propulsão eólica de ponta usado na navegação comercial.
O aproveitamento da energia que vem com os ventos — e, no mar, estes costumam soprar forte — se dá por duas velas tecnológicas de até 37,5 metros de altura que podem ser instaladas no convés. O uso da tecnologia tem o potencial de economizar até 30% de combustível nas embarcações novas, redução essa que pode ser ainda maior quando combinada com combustíveis alternativos.
O Brasil foi o grande escolhido para a primeira viagem do Pyxis Ocean pelo papel-chave do País na produção global de alimentos como soja, milho e outras commodities. O navio carregou farelo de soja, produto nacional com valor agregado amplamente utilizado na alimentação animal, para ser desembarcado na Polônia.
Ao fechar o ciclo — ou seja, da produção para o transporte e de volta para a matéria-prima —, a energia usada nas próprias fábricas da Cargill também está em uma nova fase. Em muitas das plantas da empresa, a biomassa passou a ser uma fonte de energia renovável importante. Os sistemas de geração mínima de resíduos sólidos e gasosos contam com alta tecnologia para monitoramento e controle de combustão da biomassa.
Ainda quanto ao uso de energia renovável para a produção de insumos, a Cargill ampliou os negócios com a Omega Energia, por meio de uma parceria em parque eólico na Bahia para abastecer as unidades fabris de todo o Brasil. A infraestrutura fruto do acordo está em construção nas cidades de Xique-Xique e Gentio do Ouro. O complexo, cuja previsão de inauguração é para janeiro de 2025, abrigará as usinas de Assuruá 5 (I e III), com capacidade instalada de 81,2 megawatts (MW).
“O propósito da Cargill é nutrir o mundo de maneira segura, responsável e sustentável. Há muitos anos, investimos em todos os elos da cadeia para garantir, em parceria com os produtores brasileiros, alimentos e combustíveis sustentáveis a fim de suprir os mercados consumidores do mundo todo”, afirma Paulo Sousa, presidente da Cargill no Brasil.
Por Cargill e Estadão Blue Studio