A tomada de decisão sempre foi algo intrigante e que gera, em certo grau, um desconforto, afinal, escolher algo significa deixar outro algo de lado, não é mesmo?
Imagine só que você é o CEO de uma startup e precisa selecionar fornecedores, porém, ainda não tem evidências o suficiente para a escolha entre A, B, C, ou D. Considerando a mesma startup anterior, porém, agora o problema é outro e é bom, pois existem muitas ofertas investimento à mesa – qual escolher? Por fim, ainda como CEO da startup e agora endinheirada, é necessário ser racional e alocar esse recurso de maneira eficiente, gerando resultados, certo? Pessoal, em todos os casos a única coincidência é: qual a melhor decisão eu tomar.
A sorte é que se pode estruturar o raciocínio e usar metodologias e métodos para isso, auxiliando no processo. Sim, é isso mesmo, há métodos para ajudar a tomar uma decisão melhor! Existem métodos e mais métodos na literatura que falam a respeito, mas aqui falarei de um deles, o Analytic Hierarchy Process (AHP), desenvolvido por Saaty (1991). De maneira simplificada, o método AHP é a forma de uma pessoa decisora realizar uma escolha complexa, comparando-se par a par as variaríeis, de uma maneira hierarquizada e levando-se em consideração critérios e subcritérios qualitativos e quantitativos a respeito de um problema ou objetivo que se pretende atingir.
Em outras palavras, o passo para se criar uma AHP é assim:
- Define-se o objetivo que se pretende atingir com a decisão;
- Reflete-se sobre os critérios que são importantes para a tomada de decisão;
- Se for o caso e em muitos casos isso acontece, destrincha-se os critérios em subcritérios que são relevantes para tomar a decisão;
- Feito isso, é comparado par a par os subcritérios (se houver), depois os critérios e encontra-se a melhor alternativa.
Para ficar evidente, pega esse exemplo rural:
Imagine que você é um produtor rural e precisa selecionar o seu cultivar de gergelim que será semeado na safra 23/24. Bingo! O objetivo está definido e vejam como é complexo do ponto de vista do agricultor. Pensa comigo: ele tem que levar em consideração os aspectos climáticos, de solo, mercadológicos, operacionais, gerenciais, entre outros. É temerário, do ponto de vista do negócio, acreditar apenas em uma vitrine tecnológica vista na exposição da cidade. As vezes, como dizem, “o buraco é mais embaixo” .
Massa! Objetivo definido, o próximo passo é pensar quais os critérios, quantitativos e/ou qualitativos, que ajudariam a atingir esse objetivo. Assim, poder-se-ia usar preço, tempo de entrega, prestígio da marca, qualidade do insumo, assistência técnica, compradores na região, entre outros. É importante colocar tudo aquilo que for interessante no processo decisório, porém, tome cuidado para não ficar demasiado extenso a AHP.
Como dito, os critérios podem ser destrinchados em subcritérios. Usando-se o critério preço como exemplo, pede-se desmembra-lo em preço do frete, valor da comissão, preço do insumo em si, se há ou não custo de assistência, ou seja, embaixo do guarda chuva do critério preço seria colocado tudo o que é relativo a valores monetários que são importantes para decisão.
Decidir é sempre difícil. Entretanto, deve-se ressaltar que instintivamente AHPs são formadas e executadas nas cabeças de todas as pessoas decisoras, a todo momento, porém, com metodologias apoiando essas pessoas, tem-se a possibilidade de estruturar melhor o raciocínio, não deixar passar nada e, olha que legal, chamar mais pessoas para a mesa de decisão.
Para fechar, deixo a dica: se há uma decisão complexa o suficiente para lhe incomodar e causar reflexão sobre o que deve ser feito, crie uma AHP!
Nota: esse artigo foi escrito com auxílio de Inteligência Artificial (IA).
Opinião: Fábio Silva