A área principal do encontro, antes dominada pela indústria criptográfica, agora está cheia de negócios que trabalham com inteligência artificial
A febre da inteligência artificial chegou ao Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), em Davos, na Suíça. Na edição deste ano, a área principal do encontro, antes dominada pelas empresas de criptomoedas, agora está cheia de negócios que trabalham com IA.
Intel e Salesforce, por exemplo, estão presentes no evento com foco na apresentação de suas soluções. A empresa suíça Swisscom, do setor de telecomunicações, também montou um espaço chamado AI House para os seus produtos com IA.
Segundo a rede CNBC, esta mudança sublinha o rápido aumento dos investimentos e do interesse na tecnologia, iniciado no final de 2022 com o lançamento do ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI.
E esse domínio faz sentido. O Indicador de Tecnologia Emergente do PitchBook, que rastreia investimentos anjos e em estágio inicial nas 15 empresas de capital de risco mais bem-sucedidas do mundo, descobriu que as startups de IA e learning machine receberam altos investimentos no terceiro trimestre.
No total, foram US$ 600 milhões (aproximadamente R$ 2,9 bilhões). Para efeito de comparação, Web3 e negócios financeiros descentralizados arrecadaram apenas US$ 100 milhões (R$ 490 milhões).
Indústria criptográfica
A reportagem da CNBC revela que a indústria criptográfica parece não ver problemas neste novo cenário. “Hoje, existem muito poucas cases criptográficos ao longo da Promenade (avenida principal que leva ao WEF). São todas cases de IA, o que é bom”, disse Dante Disparte, diretor de estratégia da Circle, emissora da stablecoin USDC. “Há uma tecnologia nova no mercado, o que significa que não preciso explicar tanto a nossa tecnologia, e isso é encorajador”, acrescentou.
O ponto é que há uma narrativa no mercado de que as empresas de criptomoedas não precisam mais provar seu valor. Inclusive, alguns atores veem a aprovação do ETF de bitcoin pela Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) dos EUA na semana passada como um momento que garantiu o lugar das moedas digitais como uma classe de ativos legítima.
Fonte: Época Negócios