ChatGPT. Esse foi um dos softwares mais falados e, consequentemente, usado nos últimos tempos. E isso tem uma razão de ser. A Inteligência Artificial (IA), sobretudo a Inteligência Artificial Generativa (IAG) que dá base ao aplicativo em questão, está entre as tecnologias emergentes mais buscadas pelas organizações.
Um total de 40% das companhias em todo o mundo pretendem investir recursos em IA, em especial nas do tipo generativa, de acordo com dados do estudo The State of IA in 2023, divulgado pela McKinsey & Company.
Para 79% dos entrevistados, a exposição à IAG já é comum na atualidade. Além disso, 22% das pessoas afirmaram que usam essa tecnologia no trabalho com regularidade, conforme apontou a mesma pesquisa.
O levantamento realizado em abril de 2023 contou com a participação de 1.684 entrevistados da Ásia, América do Norte, Europa, China, e de nações em desenvolvimento, incluindo a América Latina. Do total, 913 disseram usar a IA em suas rotinas laborais.
O que são tecnologias emergentes?
As tecnologias emergentes consistem, de modo geral, em todo e qualquer recurso tecnológico considerado inovador, mas que ainda não está totalmente disseminado no mercado.
Entre as principais características das tecnologias emergentes está o fato de que surgem com rapidez e, igualmente de forma ágil, são incorporadas pelas organizações. Um ponto de similaridade encontrado nelas é que têm a capacidade de moldar o mercado e liderar as transformações digitais.
Dessa forma, a tecnologia emergente consegue reformular o que até então era conhecido e praticado nas rotinas laborais e sociais. E pode, inclusive, substituir ou apoiar a execução de ações humanas mais simples, enquanto o ser humano se dedica a questões mais complexas.
Inteligência Artificial e impressão 3D estão na lista de tecnologias emergentes. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Quais são as tecnologias emergentes mais populares e como impactam os negócios? Descubra 10 exemplos
Se você deseja utilizar tecnologias emergentes em seu negócio, saiba mais sobre estes 10 exemplos e de que forma podem ser empregados:
1. Inteligência Artificial (IA)
Já citamos a Inteligência Artificial Generativa, mas existem outros tipos dela. No geral, IA é quando uma máquina atua de forma semelhante aos humanos, mediante aprendizado prévio.
Hoje, existem algoritmos que, ao serem programados, têm a capacidade de selecionar, filtrar, organizar, recuperar, distribuir e realizar uma série de ações. O grande “X da questão” aqui é agilizar processos que, se fossem feitos por humanos, levariam mais tempo.
A IA é usada, nessas circunstâncias, para auxiliar os seres humanos em atividades que podem ser automatizadas e em análises baseadas em dados.
Como a Inteligência Artificial impacta os negócios?
Como em parte dos casos a IA é usada para automatizar processos, tem, por isso mesmo, a capacidade de facilitar a tomada de decisão. A análise preditiva é um exemplo de IA que pode atuar com essa finalidade.
Também pode melhorar a experiência vivida por clientes, principalmente na fase de relacionamento com as empresas, durante o atendimento preliminar. Um exemplo prático é o uso de chatbots nas principais plataformas de conversação para filtrar o primeiro contato. Desse modo, o atendente humano pode resolver casos mais complexos e que requeiram maior atenção e dedicação.
Esses são apenas alguns dos exemplos de aplicação da IA no dia a dia de negócios, mas há um grande potencial de exploração da tecnologia, para os mais diversos segmentos.
2. Blockchain
A tecnologia blockchain atua em cadeia, armazenando e distribuindo dados em transações, em especial as de natureza financeira. Tem no fator segurança seu grande diferencial.
Metaforicamente falando, blockchain serve como um livro de registros que grava digitalmente e de forma criptografada qualquer tipo de transação. Visa descentralizar as informações, para que uma série de atores envolvidos, entre corporações e usuários, tenham acesso à tecnologia.
Um setor que tem se valido muito de blockchain é o de criptomoedas. Enquanto os usuários dispõem de tokens para ter acesso aos seus registros e transações, a blockchain age em um segundo plano, conectando todos em uma rede segura.
Como a blockchain impacta os negócios?
Um grande trunfo da blockchain é a democratização do acesso às transações, reduzindo a ação de intermediários. Assim, no segmento financeiro, é uma peça fundamental para a execução do ecossistema DeFi, que se refere ao termo em inglês Decentralized Finance ou apenas Finanças Descentralizadas.
No caso dos bancos tradicionais, por exemplo, hoje existem recursos que também se valem de blockchain para tornar as transações financeiras mais seguras e descentralizadas.
O Drex, um tipo de moeda digital em desenvolvimento pelo Banco Central, é um exemplo prático que pode ser citado nesse contexto. O principal objetivo da iniciativa liderada pela autarquia é avançar na digitalização econômica brasileira ao criar o que também vem sendo chamado como real digital, com previsão de circulação para iniciar no final de 2024.
Mas não é apenas o setor financeiro que faz uso de blockchain. Saúde, logística e agronegócio se valem da segurança proporcionada por essa tecnologia para transacionar dados.
A comercialização e troca de criptomoedas é possível por meio de blockchain, uma das tecnologias emergentes que revolucionam o mercado. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
3. Internet das Coisas (IoT)
Imagine a seguinte cena: usar uma assistente virtual para informar a lista de compras com itens que estão faltando na geladeira que, por sua vez, também dispõe de sensores de rastreio. Tudo com base na internet para conectar informações.
Assim, a Internet das Coisas, ou Internet of Things (IoT), funciona. A partir de sensores aplicados e softwares conectados a objetos no mundo real, a tecnologia interliga-os com a internet. São exemplos de IoT sistemas de iluminação automatizados, eletrodomésticos cujo acionamento pode ser feito a partir de um clique, de qualquer lugar, entre outras infinitas possibilidades.
Estima-se que até 2025 mais de 27 bilhões de dispositivos pautados em IoT estejam em funcionamento no mundo, segundo informações divulgadas pela TGT Consult e a Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC) e divulgadas pela Forbes Brasil.
Como a Internet das Coisas impacta os negócios?
A indústria já observa e se beneficia de algumas vantagens competitivas proporcionadas pela IoT. É o caso do monitoramento de informações, que pode ocorrer de forma automatizada e em tempo real, sem a intermediação humana. Esse quesito é bastante empregado sobretudo no setor de logística.
Outro elemento importante que impacta positivamente os negócios por meio da IoT é a manutenção preditiva. Assim, equipamentos industriais ou mesmo automóveis que demandem revisões podem ser monitorados regularmente usando esse tipo de tecnologia emergente.
A eficiência energética é um terceiro benefício proporcionado pela IoT às empresas. Por meio de sensores aplicados a equipamentos de monitoramento ambiental, é possível coletar de forma digital e automatizada indicadores como temperatura, emissão de gases poluentes que agridem a camada de ozônio, como o dióxido de carbono (CO2), entre outras informações essenciais para setores como o agronegócio.
4. Realidade Aumentada
Na lista de tecnologias emergentes que se tornaram populares nos últimos anos também está a Realidade Aumentada (RA). Com o auxílio de dispositivos eletrônicos como óculos, smartphones e câmeras de tablets, hoje é possível combinar elementos virtuais com reais.
Assim, se antes era necessário simular virtualmente algumas situações e cenários sem, contudo, ter uma perspectiva real sobre sua utilidade, com a RA isso mudou.
Tudo isso é viável em razão do recurso de tecnologia holográfica, que mescla elementos virtuais, sonoros e visuais com o ambiente real. Dessa forma, o usuário consegue interagir com os dois mundos, digital e físico.
Como a Realidade Aumentada impacta os negócios?
Varejistas e o setor de Arquitetura e Design de Interiores estão entre os segmentos de mercado que fazem uso da Realidade Aumentada. Com ela, o consumidor consegue de antemão visualizar como ficaria um móvel em sua sala, usando para tanto a câmera do seu smartphone ou tablet e simulando o objeto virtual no ambiente real, por exemplo.
Outra utilidade da RA para os negócios é em relação a treinamentos que podem ocorrer virtualmente, contando com o auxílio de óculos projetado para essa finalidade. Assim, o aluno pode aprender a manusear equipamentos ou mesmo a pilotar automóveis de forma virtual, empregando imagens reais nos ambientes em que atuará fisicamente.
Modelos de Computer-Aided Design (CAD) usam a RA para elaborar desenho assistido por computador. A tecnologia também auxilia no fornecimento de informações técnicas e para orientar processos em tempo real.
A IoT é outro exemplo de tecnologia emergente que tem sido utilizada em larga escala por corporações e pessoas em seu cotidiano. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
5. Computação quântica
O uso de computadores que conseguem ser mais eficientes do que os conhecidos há décadas é uma realidade por meio da computação quântica. Cálculos que antes poderiam levar dias, mesmo com o auxílio da tecnologia, hoje podem ser processados em segundos.
A computação quântica foi criada de uma forma interdisciplinar, unindo o melhor de áreas como Física, Matemática e Ciência da Computação.
Assim, criaram-se modelos de supercomputadores, diferente dos convencionais usados até então. Por meio da programação de algoritmos lógicos nessas máquinas, cálculos complexos são feitos em um “piscar de olhos”. Tudo de forma automatizada, facilitando o trabalho humano.
Como a computação quântica impacta os negócios?
No setor farmacêutico, por exemplo, a computação quântica já é empregada para realizar simulações moleculares. A farmacêutica Boehringer Ingelheim uniu forças com o Google, por meio da iniciativa Google Quantum AI, para acelerar a descoberta de medicações e sanar doenças.
Além desse segmento industrial, outro que também tira proveito é a logística. Sistemas de cadeias de suprimentos podem se beneficiar da computação quântica, processando informações e dados sobre as transações de forma mais ágil e simplificada do que era feito anteriormente.
6. Veículos autônomos
Antes, um automóvel circulando sem a presença de um condutor só era possível em filmes. Mas corporações como a Tesla transpuseram essa alegoria digna de uma produção hollywoodiana para a vida real.
Inteligência Artificial, associada a sensores incorporados ao automóvel, bem como câmeras posicionadas em várias regiões do carro, são responsáveis por permitir que ele circule sem ter a presença de um motorista.
Ainda que em alguns casos seja opcional, essa medida tornou realidade funções como piloto automático que antes eram apenas vistas em meios de transporte como os aviões.
Assim, embora o motorista esteja presente para operar o automóvel, em determinadas situações, tais como auxílio para estacionar em uma vaga, podem ser feitas com o apoio dessa tecnologia emergente.
Como os veículos autônomos impactam os negócios?
Setores como os de mobilidade e de logística se beneficiam dos veículos autônomos, reduzindo custos operacionais para o transporte não só de mercadorias como de pessoas.
A medida também pode proporcionar maior segurança, uma vez que em determinados contextos o fator humano pode contribuir para a incidência de acidentes. Apesar disso, a presença humana nesse quesito ainda é essencial, uma vez que já foram reportados casos de acidentes envolvendo veículos autônomos, já que seu sistema é passível de falhas.
A Tesla é uma das corporações que avançou nos últimos anos ao desenvolver veículos autônomos, considerados um tipo de tecnologia emergente. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
7. Impressão 3D
Outra tecnologia emergente dos últimos anos que tem dado o que falar é a da impressão 3D. Tal inovação ocorre por meio de impressoras que conseguem criar objetos reais tridimensionais usando diferentes matérias-primas, sobretudo o plástico.
Ainda que tenha alcançado sua popularidade recentemente, a impressora 3D foi criada há muitas décadas. Atribui-se a autoria do invento ao engenheiro norte-americano Chuck Hull que teria, em 1984, lançado a estereolitografia, precursora do que se conhece em termos de impressão tridimensional na atualidade.
Assim, com o auxílio de softwares conectados ao equipamento, programa-se o objeto e a textura desejados a ser impresso. E de camada em camada ele “ganha vida”. É possível criar de tudo, o que tem atraído a atenção de corporações de diferentes segmentos do mercado.
Como a impressão 3D impacta os negócios?
Uma das principais vantagens obtidas por meio de uma impressora 3D é a de criar protótipos, ou seja, primeiras versões de algo tangível, de forma rápida.
Se antes um protótipo poderia levar semanas para ser desenvolvido, com esse tipo de equipamento ele é feito no mesmo dia. Tudo ocorre em questão de minutos ou horas, dependendo da sua complexidade.
Para além de versões únicas de produtos, também é possível produzir em larga escala. A medida é eficaz para reduzir custos, uma vez que bastam filamentos plásticos e outros materiais empregados na produção, bem como alguns equipamentos para tanto. Ainda, unifica-se a produção, eliminando intermediários se assim for preciso.
Uma terceira vantagem, especialmente à indústria de manufaturados, é a de personalizar produtos com características desejadas.
8. Edge Computing
O termo pode ser entendido como computação de borda. Basicamente, consiste em um tipo de arquitetura de TI.
Uma rede em que os dados são processados e que liga servidores a usuários, ou emissor e receptor das informações, possui limites de ação. Nesse caso, a Edge Computing processa os dados o mais próximo possível da sua fonte.
Dessa forma, data centers virtualizados operam em uma espécie de nuvem híbrida, como se fosse expandida, e agilizando o processamento de dados produzidos ou enviados aos locais físicos utilizados pelos usuários.
É um recurso que visa o processamento em tempo real de dados. Ou seja, corporações que precisam fazer uso ou entregar esse valor agregado aos seus clientes podem se beneficiar de tal tecnologia.
Como a Edge Computing impacta os negócios?
Mobilidade, telecomunicações e manufatura estão entre os segmentos que tiram proveito dessa tecnologia emergente. Com ela, é possível processar dados de forma cada vez mais imediata.
Consequentemente, o operacional funciona com igual agilidade. E, hierarquicamente, a tomada de decisão pode ser mais rápida enquanto se faz uso dessas informações.
9. Biotecnologia
Apesar de aparecer na lista de tecnologias emergentes, a verdade é que a biotecnologia é usada pela humanidade desde a Antiguidade. Não é de hoje que microrganismos e espécies da fauna e flora são empregados em processos de interesse humano.
Por exemplo, o uso de microrganismos para fermentar pães já é feito há séculos. Contudo, é uma técnica elementar. Foi somente com o passar do tempo e com o avanço da tecnologia que a biotecnologia se tornou sofisticada.
A descoberta da estrutura do DNA na década de 1950, por exemplo, é um exemplo de transformação da biotecnologia. Foi a partir desse feito que foi possível manipular genes e, assim, aumentar a eficiência não só da saúde como da indústria de alimentos.
Como a biotecnologia impacta os negócios?
Ainda tomando como exemplo a manipulação genética, esta tem sido largamente empregada no agronegócio. Ao analisar a estrutura do DNA de plantas, como a soja, tornou-se viável ampliar sua produção ou mesmo avaliar variedades dela para produzir versões de óleo mais saudável.
Uma outra maneira de fazer biotecnologia é na área da medicina e da indústria farmacêutica por meio da terapia gênica. Por meio dela, cientistas conseguem desde inativar a substituir ou trocar genes nas células. O objetivo é tratar doenças e desenvolver ou reformular medicações.
10. Energia renovável
Não é de hoje que há uma corrida para descobrir novas formas de produzir e usar energia. Em especial a que seja renovável, diferentemente daquela gerada pela queima de combustíveis fósseis, que degrada a atmosfera e fomenta o aquecimento global.
Assim, entre as tecnologias emergentes que prometem auxiliar nesse quesito estão aquelas que visam a atualização de técnicas já conhecidas. É o caso das células solares, cuja eficiência tem sido ampliada e largamente utilizada.
Por exemplo, há fabricantes de eletroeletrônicos que já entregam aos clientes controles remotos com células solares embutidas, evitando o uso de pilhas.
O sistema eólico igualmente passa por uma evolução, ampliando seu emprego em relação ao funcionamento das hidrelétricas. E o armazenamento de energia é outro exemplo a ser citado, que pode ser feito via armazenamento térmico, ar comprimido, supercondensadores, entre outros.
Como a energia renovável impacta os negócios?
Como a sustentabilidade é uma das pautas que marca presença na agenda das corporações e governos preocupados com essa questão, as organizações têm buscado formas de economizar ou mesmo trocar as fontes de energia por aquelas renováveis.
Aqui entram as células solares ou a eólica, bem como mudanças na arquitetura dos prédios, prevendo aberturas para entrada de luz solar ou de correntes de ar. Assim, reduz-se o uso de ar-condicionado, bem como de iluminação artificial excessiva. Consequentemente, além de auxiliar o meio ambiente, percebem-se reflexos na economia em termos de diminuição de custos.
Outro destaque nesse sentido são as tecnologias que buscam contribuir com a agenda de descarbonização. As climate-techs têm desenvolvido, por exemplo, soluções de geração de créditos de carbono, monitoramento e que potencializem a eficiência no uso de recursos.
Em resumo, as tecnologias emergentes abrem uma série de portas em termos de inovações e redução de custos em diversos segmentos mercadológicos.
Artigo: Cubo
