quinta-feira,21 novembro, 2024

Inteligência Artificial acentua produções ‘deepfakes’ e ameaça eleições de 2024

Com a popularização da IA, criar conteúdos falsos, que se assemelham ao real, ficou cada vez mais fácil e acessível. Autoridades defendem a regulação do uso da tecnologia.

No contexto eleitoral, as ‘deepfakes’ podem ser utilizadas para desinformar o eleitor ao atribuir afirmações a candidatos que, na realidade, nunca foram ditas.

Se antes era necessário um conhecimento técnico avançado para produzir esse tipo de conteúdo, agora está cada vez mais acessível e fácil.

Além disso, diferenciar o que é verdadeiro ou falso está mais difícil, como explica o coordenador do Laboratório de Humanidades Digitais da Universidade Federal da Bahia, Leonardo Nascimento.

Nas eleições presidenciais argentinas, ocorridas neste ano, a Inteligência Artificial já foi utilizada de forma massiva, para criar memes e peças publicitárias de campanhas.

O uso deliberado para enganar o eleitor, no entanto, foi pequeno.

Nos Estados Unidos, que elegerá um novo presidente no ano que vem, esse uso já é presente. Vídeos falsos da ex-senadora democrata Hillary Clinton elogiando o republicano Rone De Santis, assim como do presidente Joe Biden atacando minorias, já circulam na internet.

De acordo com o filósofo e pesquisador Pablo Ortellado, no caso do Brasil, a cristalização da polarização contribui para a circulação das notícias falsas.

Porém, Ortellado acredita que frente à quantidade de notícias falsas observadas nas últimas disputas presidenciais, não será a nova tecnologia a responsável por um grande impacto na disputa eleitoral.

Frente a esse desafio, autoridades brasileiras se movimentam para criar regras. O Tribunal Superior Eleitoral vem discutindo a regulação do uso da Inteligência Artificial.

O presidente da Corte, Alexandre de Moraes, já chegou a defender a cassação de políticos que utilizarem a tecnologia para gerar desinformação.

No Congresso, o presidente do Senado Rodrigo Pacheco apresentou um projeto em maio com diretrizes para o desenvolvimento, implementação e uso da tecnologia.

Já o presidente da Câmara, Arthur Lira, sinaliza querer aprovar uma regra no Legislativo antes da decisão do TSE, que atenda o pleito municipal.

Um dos desafios é que as deepfakes podem estar presentes não na campanha oficial, mas naquelas ‘paralelas’, feitas via Whatsapp e outros aplicativos de mensagens.

Por isso, o pesquisador Leandro Nascimento defende ser necessário que a população entenda a necessidade de desconfiar dos conteúdos, por mais reais que eles pareçam.

Fonte: CBN

Redação
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