Entre abril e novembro, foram 212 casos. Em meio a escassez de comida disponível, os animais estão se deslocando para áreas urbanas, onde ocorrem a maioria dos encontros com os humanos

O número de pessoas atacadas por ursos no Japão este ano foi o mais alto já registrado. Segundo o Ministério do Meio Ambiente do país, foram 212 casos entre abril e novembro, sendo seis fatais – o recorde anterior, de 158, foi relatado nos 12 meses a partir de abril de 2020.

Diante desta situação, especialistas recomendam que a população se mantenha alerta mesmo durante os meses mais frios. Apesar de essa ser a época em que os animais geralmente hibernam, a escassez de alimentos registrada este ano significa que alguns deles continuarão a procurar por comida.

O especialista florestal Teruki Oka disse ao jornal Mainichi Shimbun que os ursos que não comeram o suficiente “poderiam continuar vagando em vez de hibernar”. Hiromi Taguchi, especialista em ursos da Universidade de Arte e Design de Tohoku, acrescentou que animais que desenvolveram um gosto por carne são particularmente ameaçadores. “Eles ficam famintos e agitados no inverno devido à falta de presas.”

Um ponto de alerta é que os animais, em busca de alimento, têm se aventurada cada vez mais fora dos seus habitats naturais, indo parar com frequência em áreas urbanas. “As fronteiras entre humanos e ursos se confundiram à medida que as áreas florestais sofrem com a expansão imobiliária e as terras aráveis são abandonadas como resultado do despovoamento e outros desenvolvimentos”, explicou Kazuhiko Hoshizaki, professor da Universidade da Província de Akita, ao jornal de negócios Nikkei.

Medidas de proteção

Para se proteger dos ataques na província de Akita, onde cerca de um terço das ocorrências foram registradas, as crianças têm caminhado para a escola carregando sinos destinados a assustar os animais. Muitas pessoas também saem carregando repelente contra ursos.

O jornal The Guardian destaca que esta região do Japão foi palco de dois incidentes de grande repercussão este ano, um em que um homem perdeu parte de uma orelha depois de encontrar um urso em sua garagem e, outro em que várias pessoas foram atacadas em um ponto de ônibus.

O Ministério do Ambiente descreveu o aumento dos ataques como “extraordinário” e indicou que as pessoas eliminem adequadamente os resíduos alimentares domésticos para não atrair os animais e mantenham sempre as portas de suas casas fechadas.

Texto: Redação, do Um Só Planeta