Meta é retirar 100 toneladas de lixo da Baía em 12 meses
Pescadores do projeto Baía Limpa retiraram, em trinta dias, 10 toneladas de resíduos da Baía de Guanabara. Duas vezes por semana, o grupo formado por 20 pescadores das colônias do Caju, Maré e Ilha do Fundão, dedicam-se à “pesca” de resíduos, na região. A meta é remover 100 toneladas da Baía de Guanabara em 12 meses. O projeto conta com o apoio da Ocyan, companhia de óleo e gás, e da BVRio, a bolsa verde do Rio de Janeiro.
Por dia, são recolhidas mais de uma tonelada de lixo, desde pequenos detritos até objetos volumosos. Mas a maior parte do material descartado ilegalmente nas águas e areias da Baía é formada por diferentes tipos de plástico. Boa parte da coleta está concentrada nos manguezais, onde vivem ecossistemas vitais para as áreas costeiras, de grande importância para a vida marinha, além de ser fonte de alimentação e renda para a população local.
— Nosso maior sonho é ter uma baía limpa. Temos pescadores que atuam aqui há mais de 40 anos, e eles dizem que é muito doloroso ver tanto lixo. O pescador dorme e acorda sonhando com o balanço do mar, e com esse lixo tendo um destino correto. Quando pegamos esse lixo, ensacamos e levamos para a lixeira, é muito prazeroso porque temos a certeza de que aquele lixo não estará mais nas nossas redes de pesca — conta a pescadora Gileuda Silva Barbosa.
Além do impacto ambiental positivo, o projeto também beneficia a comunidade local. Parte desses materiais é encaminhada para reciclagem e a renda é destinada a 20 famílias, contribuindo para a economia circular.
Pedro Succar, especialista em economia circular da BVRio, destaca o impacto social do Baía Limpa, na vida da comunidade local.
— O projeto tem sido a fonte de sustento desses grupos, uma vez que os pescadores não conseguem mais sustentar suas famílias apenas com a pesca tradicional. Além disso, o caráter social e ambiental da iniciativa, ao proporcionar renda e dignidade aos pescadores, também contribui para a limpeza da Baía.
O projeto é acompanhado de perto pela BVRio por meio do aplicativo Kolekt, que registra as quantidades de materiais coletados pelos pescadores de maneira eficiente, permitindo a verificação e a certificação da recuperação e reciclagem dos resíduos, segundo as normas vigentes.
A coordenadora Responsabilidade Socioambiental, Diversidade e Inclusão da Ocyan destaca a importância do projeto e ressalta a importância do esforço entre governo e iniciativa privada para despoluir a Baía de Guanabara.
— O projeto está de acordo com nossas metas ESG e o nosso compromisso de criar oportunidades e empoderar comunidades, contribuindo tanto para uma Baía de Guanabara mais limpa quanto para uma sociedade que, no futuro, desfrutará dos benefícios desse importante ecossistema. A Baía de Guanabara é a segunda maior do litoral brasileiro e por décadas foi o principal acesso para terras brasileiras. Sabemos que para despoluí-la é necessário um esforço coletivo que une Governo e iniciativa privada, mas é fundamental que cada um faça a sua parte — reforça Ester Bayerl coordenadora Responsabilidade Socioambiental, Diversidade e Inclusão da Ocyan.
Texto: Redação, de O Globo