Primeiro caso confirmado na cidade de SP foi de homem de 45 anos que trabalha de casa, não viajou e não teve contato com viajantes. Prefeitura da capital chegou a confirmar transmissão comunitária, mas voltou atrás e disse que ainda investiga origem da infecção.

A Prefeitura de São Paulo está investigando a possibilidade de transmissão comunitária da variante delta de Covid-19 na capital paulista. A transmissão comunitária ocorre quando é verificada a circulação do vírus entre pessoas que não viajaram, e já não é possível rastrear a origem dos casos.

A investigação ocorre após a cidade registrar o primeiro caso da variante originária da Índia nesta segunda-feira (5), em um homem de 45 anos do Belenzinho, Zona Leste da cidade.

O coordenador de vigilância em saúde da cidade São Paulo, Artur Caldeira, chegou a afirmar que o caso deste paciente ocorreu por transmissão comunitária.

“Com os elementos que nós temos no momento, podemos dizer que temos indícios que podem levar, sim, à confirmação de transmissão comunitária”, disse Caldeira.

No entanto, alertado por assessores, o representante da prefeitura mudou de posição, e declarou que não há subsídios para confirmar a transmissão comunitária.

“Hoje, na capital, nós não temos indícios suficientes, nem outros casos suspeitos que nos dão subsídios para afirmar que temos transmissão comunitária. No momento, esse é o único caso que está sendo investigado, justamente pra sabermos a origem da infecção”, declarou Caldeira.

Variante delta: veja perguntas e respostas

Entenda por que a chegada da variante delta preocupa

Para o presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems-SP), a variante delta do coronavírus já está circulando na capital.,

“Este caso de São Paulo capital, ele é um caso autóctone, quer dizer, a pessoa não viajou, não teve contato com ninguém, e isso é o mais preocupante, quer dizer o vírus deve estar circulando já aqui na cidade”, disse Geraldo Reple, do Cosems-SP.

O paciente apontado pela Secretaria Municipal da Saúde como o primeiro caso da variante delta de Covid-19 na cidade de São Paulo está com sintomas leves e isolado em casa, segundo boletim divulgado pela pasta nesta terça-feira (6).

Além dele, outras três pessoas da família (mulher, enteado e filho) estão sendo acompanhadas pelas equipes de saúde. Segundo a secretaria, os três “também apresentaram sintomas na mesma época”.

No entanto, os familiares ainda não foram contabilizados como casos confirmados da variante. “A gestão municipal enviará as amostras dos três familiares para o Instituto Butantan”, diz a secretaria municipal.

A pasta afirma ainda que o homem disse às equipes de saúde que trabalha em casa, não viajou nem teve contato com viajantes. No entanto, ele reside com mais três pessoas, que tiveram contato com terceiros. Segundo a secretaria, “os contactantes estão sendo investigados”.

A variante delta foi identificada no Brasil há cerca de um mês e já é responsável por pelo menos duas mortes no país. Ela tem se tornado a cepa dominante em todo o mundo, segundo a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan.

Monitoramento em SP

Desde abril, em parceria com o governo, o município tem encaminhado parte das amostras de exames RT-PCR positivos ao Instituto Butantan para que seja realizada uma análise genômica, que identifique as cepas circulantes no momento na cidade. Foi por meio desta iniciativa que foi identificado o primeiro caso positivo para esta variante na capital.

O monitoramento das cepas é realizado por meio de cálculo amostral, por semana epidemiológica, com cerca de 250 amostras semanais que seguem para análise no Butantan, onde é realizado o sequenciamento genético.

Além dessa ação de monitoramento, a secretaria também fechou acordo de estudo de variantes (cerca de 300 amostras) com o Instituto de Medicina Tropical de São Paulo e com o Instituto Adolfo Lutz, que fazem a vigilância com o objetivo de identificar quais cepas circulam pela cidade.

Desde o início da pandemia, até 26 de junho, foram monitoradas 2.095.654 pessoas pela rede de atenção básica da capital.

O primeiro caso da variante delta no estado de São Paulo foi identificado em um passageiro de 32 anos que desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, em 22 de maio, e seguiu para o Rio de Janeiro. Ele é de Campos dos Goytacazes, no Rio, e o diagnóstico foi confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz.

fonte: Gazeta do Povo

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