Entusiasta da alimentação consciente, estudioso da sabedoria ancestral e das medicinas da floresta, o empreendedor Max Petrucci fala sobre a importância de aliar a ciência com o conhecimento dos povos da floresta para regenerar a Amazônia

Mahta nasceu há pouco mais de um ano com o propósito de aliar a ciência aos saberes ancestrais para oferecer superalimentos regeneradores. Por meio de 15 ingredientes da biodiversidade amazônica, 100% integrais e plant-based, que compõem os três produtos do seu catálogo, a empresa busca reconectar as pessoas às suas origens, combinando nutrição, ciência e saberes dos povos da mata para manter a floresta em pé.

Neste episódio do podcast Vida Sem Carne, o Um Só Planeta conversou com o empreendedor Max Petrucci. Fundador da Mahta, Petrucci contou sobre os fatores que o levaram a investir nos superfoods amazônicos, passando pelos problemas de saúde que enfrentou aos 38 anos de idade, pela sua curiosidade a respeito da sabedoria ancestral e das medicinas da floresta e pela constatação da necessidade de aliar ciência com consciência para garantir a regeneração do ser humano e do planeta.

Max Petrucci, fundador da Mahta, startup de superalimentos plant-based amazônicos — Foto: Divulgação
Max Petrucci, fundador da Mahta, startup de superalimentos plant-based amazônicos — Foto: Divulgação

“Sentia falta de empreendedores que olhassem para o potencial dos superalimentos que encontramos na Amazônia. A Mahta nasceu dessa energia empreendedora de pesquisar a biodiversidade amazônica com esse olhar de ingredientes que sejam superfoods e criar produtos super nutritivos e que sejam regenerativos do umbigo para dentro, mas também do umbigo para fora”, afirma.

Enquanto oferece nutrição ao ser humano, a Mahta também gera desenvolvimento socioeconômico para os povos da floresta, buscando caminhos para o combate à emergência climática e mantendo a floresta em pé. “O modelo de startup permite a assimilação da inovação de forma eficiente e ágil. Lidar com a Amazônia é inovar, tanto pelo aspecto científico de P&D (produto e desenvolvimento) quanto pela inovação social por trás do nosso modelo de impacto. Trabalhamos com pequenos e médios produtores, para evitar a concentração de renda e a monocultura – um dos nossos parceiros é a Belterra Agroflorestas”, enfatiza o empreendedor.

O primeiro produto desenvolvido pela Mahta foi o Superfoods em pó, feito a partir de uma seleção de 12 Superalimentos da sociobiodiversidade amazônica, rico em proteínas, oxidantes e gorduras boas. Ele pode ser usado com água ou leite vegetal e ingerido como refeição ou lanche ao longo do dia. A empresa também oferece leite de castanha em pó e o Mahta Coffee, feito de Guaraná de Maués, Marapuama e Café Verde Agroflorestal Apuí. Todos os produtos podem ser comprados no site da startup.

“A Amazônia tem inúmeros superalimentos e essa foi a primeira tese que validamos na empresa. Castanha do Pará, açaí, cupuaçu e cacau são alguns deles. É uma questão de conhecê-los melhor e ir a fundo na ciência moderna. Muitos eram usados de forma ancestral, mas foram esquecidos”, explica. A Mahta trabalha com espécies perenes, por meio do extrativismo ou dentro do sistema agroflorestal.

Diante do atual momento de emergência climática que a Amazônia brasileira enfrenta, em um ano com uma das maiores secas já vistas, Petrucci defende a necessidade urgente de negócios que regenerem a floresta enquanto geram desenvolvimento econômico para as comunidades que habitam o bioma. “Na minha última ida ao Amazonas, vi a maior floresta tropical do mundo respirando o ar mais poluído do planeta. O maior rio do mundo quase sem água. Para quem está empreendendo neste bioma, isso só reforça a urgência da nossa missão. A mudança tem que vir do próprio sistema, que deve passar a ser regenerativo. Quanto mais produzimos, mais devemos regenerar a floresta. A inteligência artificial veio, mas deve andar junto com a inteligência natural. Ciência com consciência em uma dança virtuosa. É nisso que eu acredito”, conclui o empreendedor.

Texto: Um só Planeta