Os dois países divulgaram uma declaração conjunta em que reforçaram o compromisso firmado no acordo de Paris de 2015 e concordaram em “acelerar a substituição da geração de carvão, petróleo e gás”
A China e os Estados Unidos se comprometeram a trabalhar juntos para combater o aquecimento global. Em uma declaração conjunta divulgada na quarta-feira (15), horas antes do encontro entre os presidentes dos dois países durante cúpula da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (APEC), na Califórnia, eles reforçaram o compromisso firmado no Acordo de Paris de 2015, que estabeleceu o objetivo de limitar o aquecimento global abaixo de 2⁰C e, idealmente, não mais do que 1,5⁰C, em comparação com as condições pré-industriais.
“Os Estados Unidos e a China reconhecem que a crise climática tem afetado cada vez mais países em todo o mundo. Trabalharemos juntos… para enfrentar um dos maiores desafios do nosso tempo para as gerações presentes e futuras da humanidade”, dizia o comunicado.
Ambos os países também firmaram o pacto de tornar a COP28, que começa no final deste mês em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, um sucesso; afirmaram que apoiam uma declaração dos líderes do G20 para triplicar a capacidade global de energia renovável até 2030, e concordaram em “acelerar a substituição da geração de carvão, petróleo e gás”.
Além disso, como destaca a Reuters, concordaram em incluir o metano nas suas metas climáticas para 2035 e comprometeram-se a avançar com “pelo menos cinco” projetos de cooperação em grande escala na captura, utilização e armazenamento de carbono até ao final da década.
Anteriormente, segundo o jornal The Guardian, a China havia resistido a ideia de especificar quais as partes da economia que seriam abrangidas pelos seus compromissos climáticos.
Li Shuo, o novo diretor do Centro Climático do país no Asia Policy Institute, disse que a linguagem das NDCs “em toda a economia” “implica uma estrutura bastante rigorosa” que “ajudará a aumentar a transparência das emissões da China”, uma meta que os EUA há muito pressionam.
A acordo entre China e Estados Unidos começou a ser construído quando os enviados climáticos dos países, John Kerry e Xie Zhenhua, respectivamente, reuniram-se no resort Sunnylands, na Califórnia, para reiniciar uma cooperação sobre o tema, que estava paralisada há um ano.
“A declaração de Sunnylands é um esforço oportuno para alinhar os Estados Unidos e a China antes da COP28”, disse Shuo. Ele, de acordo com a Reuters, descreveu a relação entre os dois maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo como “uma pré-condição para um progresso global significativo” e pontuou que o acordo ajudaria a “estabilizar a política” antes das negociações da COP28.
Texto: Um só Planeta