Google Glass – Google | 2012
Com câmera e microfones acoplados, o headset Google Glass nasceu com pretensões futuristas: sob o comando de voz do usuário, os óculos poderiam registrar vídeos ou fazer fotos, além de realizar chamadas, consultar mapas ou tocar música, entre outras funções. O protótipo foi testado por milhares de consumidores entre 2012 e 2015, quando passou a existir apenas em sua versão empresarial. Em março deste ano a empresa encerrou sua produção. Para os críticos, o design, aliado ao custo elevado do produto (US$ 1,5 mil, a versão inicial) e à desconfiança sobre sua segurança, contribuíram para o fracasso. Mas outros dirão que era apenas uma inovação à frente do seu tempo.
Segway – Dean Kamen (inventor) | 2001
“Será para o carro o que o carro foi para a charrete”, anunciou o inventor ao lançar o Segway, um equipamento de transporte individual sobre duas rodas. Estima-se que a empresa tenha investido mais de US$ 100 milhões no desenvolvimento do produto, com a expectativa de faturar US$ 1 bilhão logo no primeiro ano. Além do preço, que variava entre US$ 3 mil e US$ 7 mil, uma pedra no caminho do Segway foi a dificuldade de enquadramento legal: exigiria carteira de motorista? Poderia circular nas ruas? Foram apenas 30 mil unidades vendidas até 2007. Hoje, o modelo é comercializado apenas para empresas de segurança pública e privada e usado em ambientes internos.
Blu-Ray – Blu-ray Disc Association | 2006
Quando foi lançado, o blu-ray – um formato até então inédito de armazenamento de dados em disco – pretendia ser uma evolução do DVD, com capacidade para guardar horas de vídeos com alta qualidade de imagem e som. Filmes em blu-ray, por exemplo, poderiam vir com muitos extras, tudo em alta definição. O desenvolvimento do produto envolveu um pool de gigantes, como Sony, LG, Panasonic e Philips. Entretanto, a diferença de preço em relação ao DVD (cerca de cinco vezes maior) não convenceu o consumidor, que preferiu manter em uso o antigo disquinho, mesmo diante de sua qualidade inferior.
Windows Phone – Microsoft | 2010
Um sistema operacional feito sob medida para celulares foi a aposta da Microsoft para concorrer com o Android e o iOS. Com uma usabilidade muito diferente de seus concorrentes, o Windows Phone angariou amor e ódio, e chegou a ser usado em aparelhos da Nokia, Samsung e HTC. Mas, com dois concorrentes de peso dominando o mercado, o celular da Microsoft acabou ficando de fora das prioridades dos desenvolvedores de aplicativos. Para o usuário, isso significava que ele não conseguiria usar plenamente apps como Instagram ou Snapchat. Esse foi o golpe de misericórdia: em 2019, o produto foi descontinuado.
TV 3D – Samsung, Sony, Panasonic e LG | 2010
O sucesso de filmes em 3D nos cinemas – impulsionado pelo longa-metragem Avatar, de James Cameron – estimulou a migração da tecnologia para as residências. Com isso, a TV 3D passou a ser vendida como a televisão do futuro. A experiência do usuário em casa, entretanto, não se mostrava satisfatória: a qualidade da imagem era inferior à do cinema, o número de canais disponíveis era baixo e a necessidade de óculos específicos dificultava a adesão. Mais uma vez, o consumidor indicou que a inovação não valia o preço cobrado, e o produto desapareceu das prateleiras poucos anos depois.
Betamax – Sony | 1975
A expectativa da Sony era de que as fitas Betamax fossem adotadas pelos consumidores para gravar e assistir a vídeos em suas casas nos anos 1970. Seu rival, porém, se chamava VHS – a fita de vídeo lançada pela JVC em 1976. Quem passou os anos 1980 e 1990 colecionando gravações de seus filmes e séries favoritas sabe quem venceu a disputa. Apesar de ter qualidade inferior, as fitas VHS eram mais baratas e foram imediatamente adotadas pelas produtoras de filmes, o que ampliou a oferta de conteúdo para ser assistido em casa. Nem sempre o melhor é quem vence.
GM EV-1 – General Motors | 1996
O primeiro veículo elétrico produzido em massa foi colocado no mercado em 1996, em mais um caso de produto à frente de seu tempo. Foram fabricadas 2,5 mil unidades, que eram alugadas pela montadora para clientes “especiais”, que participavam de uma pesquisa de mercado. Conclusão: era um produto de nicho, sem interesse comercial de larga escala, o que fez com que o projeto chegasse ao fim três anos depois. Os carros, todos com carroceria coupé de duas portas, foram recolhidos e destruídos pela montadora, restando apenas algumas unidades hoje exibidas em museus.
Nintendo Wii U – Nintendo | 2012
Sucessor do Wii, o Wii U tinha como novidade o fato de dispensar o uso da televisão. Com o novo GamePad, equipado com uma tela sensível, o Wii poderia ser jogado em qualquer local. A baixa capacidade de armazenamento, a oferta limitada de jogos desenvolvidos para o console e a bateria de curta duração estão entre os fatores que fizeram com que o Wii U fosse considerado um fracasso de mercado, e descontinuado em 2017. Alguns analistas afirmam que o grande mérito do Wii U foi ter aberto caminho para a chegada do Nintendo Switch, que se tornaria um grande sucesso da empresa.
Por Andressa Rovani