sexta-feira,22 novembro, 2024

Psicólogos comprovam que chocolate pode ser tão viciante quanto cigarro

Revisão de estudos descobriu que alimentos ultraprocessados são mais parecidos com álcool e tabaco do que se pensava

Há poucas alegrias maiores do que mergulhar em um saco cheio de salgadinhos ou saborear um belo doce. Pode haver uma boa razão para isso: de acordo com um novo estudo do British Medical Journal realizado por pesquisadores no Brasil, Estados Unidos e Espanha, os alimentos ultraprocessados são tão viciantes quanto cigarros e álcool.

Os pesquisadores revisaram 281 estudos de mais de 35 países, que utilizaram a Escala de Dependência de Alimentos de Yale para medir o vício em comida. A escala utiliza 11 critérios para transtorno do uso de substâncias, como sintomas de abstinência e desejo e persistência no uso, apesar das consequências negativas.

Os pesquisadores descobriram que, em média, 14% dos adultos, 12% das crianças e 32% das pessoas obesas tinham dependência de alimentos. Em comparação, 14% dos adultos têm dependência de álcool e 18%, de cigarro.

ADITIVOS DE SABOR E TEXTURA TORNAM O ALIMENTO MAIS AGRADÁVEL AO PALADAR E TAMBÉM SÃO ENCONTRADOS, EVENTUALMENTE, EM CIGARROS.

Os alimentos ultraprocessados têm níveis elevados de carboidratos refinados e gorduras adicionadas (pense em chocolate). Ambos liberam quantidades de dopamina comparáveis ​​a cigarros ou álcool.

Já os alimentos naturais geralmente têm ou gorduras ou carboidratos. Por exemplo, maçãs têm carboidratos, mas muito pouca gordura. Salmão tem gordura, mas nenhum carboidrato.

Além disso, os pesquisadores apontam que aditivos de sabor e textura podem contribuir, pois tornam o alimento mais agradável ao paladar. Esses tipos de aditivos também são encontrados eventualmente em cigarros.

“No geral, o estudo se concentrou em ingredientes individuais de alimentos ultraprocessados. Pesquisas adicionais são necessárias para investigar como os ingredientes desses alimentos interagem para aumentar o potencial viciante”, dizem os autores do estudo.

“Também será importante explorar em que dose e em que nível de consumo as substâncias recompensadoras nos alimentos ultraprocessados são mais viciantes.”

Texto: Shalene Gupta 

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