Microchips poderiam ser muito mais potentes, mas o calor gerado é o maior desafio da indústria; diamantes sintéticos podem ser a solução
O Vale do Silício está explorando materiais surpreendentes na busca por soluções para o desafio crescente do calor gerado por microchips. À medida que mais funções são integradas, os chips demandam mais energia e, consequentemente, produzem mais calor. Este calor excessivo limita o desempenho dos computadores e outros dispositivos eletrônicos, exigindo soluções inovadoras para dissipação de calor.
Conforme relatado pelo Wall Street Journal, empresas de semicondutores estão experimentando com diamantes sintéticos, vidro ultrapuro, e outros materiais recentemente sintetizados, com o objetivo de melhorar a dissipação de calor. O diamante, conhecido como o melhor condutor de calor, se tornou a alternativa mais promissora.
Como diamantes sintéticos podem revolucionar os microchips
A Diamond Foundry, com um laboratório no Vale do Silício, criou o que afirma ser o maior diamante do mundo em diâmetro, com menos de 3 milímetros de espessura, que pode ser acoplado a microchips de silício, facilitando a dissipação rápida do calor gerado.
Com a introdução desta tecnologia, os microchips podem operar em velocidades pelo menos duas vezes maiores sem falhas, uma evolução crítica, especialmente para centros de dados que suportam modelos avançados de inteligência artificial e veículos elétricos.
A Diamond Foundry está em negociações com grandes fabricantes de chips, contratantes de defesa e fabricantes de veículos elétricos, buscando acelerar a aplicação desta inovação no setor.
A queda no custo de síntese dos diamantes também é um fator crucial, tornando essa solução comparável em custo às opções de carbeto de silício. O desenvolvimento destas tecnologias representa um passo significativo para superar as barreiras térmicas que limitam o avanço da performance dos microchips, abrindo caminho para uma nova era de computação mais rápida e eficiente.
Texto: Bruno Ignacio de Lima