O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho “01” do presidente da República, se reuniu com Francisco Maximiano, presidente da Precisa Medicamentos — empresa que intermediou o contrato superfaturado de compra da Covaxin junto ao Ministério da Saúde — em pelo menos uma ocasião. As informações são da revista Veja .
Participaram da reunião, ocorrida em 13 de outubro do ano passado, Flávio Bolsonaro, Francisco maximiano e Gustavo Montezano (presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social [BNDES]) e Danilo Fiorini Jr, descrito com “CEO” da Xis Internet Fibra.
À Veja, o BNDES disse o assunto da reunião “alternativas de financiamento” para o negócio de Maximiniano. Segundo a nota, porém, não houve contratação.
Nas redes sociais, Flávio Bolsonaro justificou dizendo que conhece o dono da Precisa por amigos em comum, mas que não tem “absolutamente nenhuma” relação comercial ou financeira com o empresário.
“Não vou ser leviano de sugerir que o senador Randolfe Rodrigues levou, ou esteja levando, alguma vantagem comercial da Precisa ou da Covaxin, para fazer o trabalho. O trabalho nosso como parlamentar é sim intermediar muitas vezes para que as coisas aconteçam. Nós temos que ser proativos”, disse.
Na sessão da CPI nesta sexta-feira (25), Randolfe disse que Flávio Bolsonaro fez ilações sobre ele “no mínimo criminosas”.
“Suscitando uma reunião pública que nós tivemos com essa empresa, no dia 5 de abril, que foi inclusive transmitida pelas nossas redes sociais. Ir atrás de vacina não é crime. Crime foi o presidente da República não ir atrás de vacina”, disse.
Superfaturamento
O deputado Luis Miranda (DEM-DF) declarou, na CPI da Covid nesta sexta-feira (25), que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou de “graves” as suspeitas de irregularidade da Covaxin.
“Fiz somente o que qualquer cidadão brasileiro deveria fazer. Levei a conhecimento daquele que acreditei e ainda acredito que deveria tomar todas as ações possíveis para coibir qualquer irregularidade. Não sou policial, promotor de justiça investigador, eu levei para pessoas certa na minha opinião, que é o presidente da república”, afirmou o parlamentar.
“É impossível ele ( Jair Bolsonaro ) negar que estivemos com ele, num sábado, por que eu aleguei que era urgente devido às gravidades das informações trazidas pelo meu irmão a minha pessoa. O presidente entendeu a gravidade e disse que era grave”, revelou Luis Miranda sobre o encontro que teve com o presidente. “Como pode sermos os errados? Atacados pelo próprio palácio do planalto que são defensores do combate do indício de corrupção, estão do lado do errado ou do denunciante?”, questionou Miranda.
Além disso, o deputado afirmou que, se não fosse a denúncia feita por ele e o irmão, “US$ 45 milhões teriam sido pagos por uma vacina que ainda não se resolveu e que nem sabemos se irá se resolver”.
Já o irmão do deputado, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde desde 2011, iniciou sua apresentação na CPI dizendo que seu cargo não é fruto de indicação política. “Meu partido é o SUS”, declarou.
Fonte: IG/Ùltimo Segundo