O relato enviado ao rei Fernando, da Espanha, está cheio de fantasias e imprecisões, como a presença de fantasmas e outras criaturas misteriosas
A primeira edição conhecida de uma carta de Cristóvão Colombo anunciando sua suposta descoberta da América deverá ser arrematada por US$ 1,5 milhão, cerca de R$ 7,5 milhões, em um leilão internacional. A carta foi enviada ao rei Fernando e à rainha Isabel em 1493 e traduzida para o latim para consumo em massa nos primeiros dias da imprensa.
A casa internacional de leilões Christie, responsável pelo pregão, afirma na descrição do lote que o documento desencadeou um dos primeiros “frenesis midiáticos” da história, espalhando-se rapidamente por toda a Europa e mudando para sempre a percepção das pessoas sobre o planeta.
“Em todos os pontos em que desembarquei e consegui conversar com eles, dei-lhes um pouco de tudo que tinha – roupas e muitas outras coisas – sem receber nada em troca, mas eles são um povo irremediavelmente tímido”, escreveu Colombo sobre os indígenas.
“É verdade que, como ganharam mais confiança e estão perdendo esse medo, são tão insuspeitos e tão generosos com o que possuem, que ninguém que não tivesse visto acreditaria. Eles nunca recusam nada que lhes é pedido”, continua o relato.
No entanto, apesar da importância da carta no desenrolar da história mundial, ela é repleta de informações imprecisas e fantasiosas. “Os relatórios de Colombo tornam-se mais desequilibrados, alegando visões fantásticas de grifos e de uma figura misteriosa possivelmente identificada com Preste João, o lendário rei cristão do Oriente. Durante a sua segunda viagem, ele forçaria os seus tripulantes a assinar um juramento de que Cuba era o continente da China”, aponta a descrição do anúncio.
Texto: Redação Casa e Jardim