sexta-feira,22 novembro, 2024

ESG na rotina das empresas: veja dicas para adotar essas práticas

Meio ambiente, questões sociais e governança não podem mais esperar e precisam fazer parte da estratégia.

Das micro às grandes empresas, elas estão por tudo lugar. E se ainda não fazem parte da estratégia, isso pode ser um problema. As práticas ESG – sigla, em inglês, para Ambiental, Social e de Governança – não devem ser consideradas diferenciais, mas o padrão necessário para a existência e crescimento de todos os negócios, independentemente de porte, setor e grau de maturidade.

Segundo o levantamento Panorama ESG Brasil 2023, elaborado pela Câmara de Comércio Americana (Amcham), os motivos pelos quais as empresas aderem aos pilares ESG são, para 61% dos entrevistados, fortalecer a reputação da marca no mercado, para 57% o impacto positivo em questões socioambientais e, para 40%, reduzir os riscos ambientais, sociais e de governança.

Como explica Patricia Martins, gerente do Habitat Senai e Centro de Inovação Sesi, devido às exigências do mercado e pela necessidade de diálogo com os stakeholders, o setor industrial está cada vez mais consciente de que uma atuação socialmente responsável é fator de competitividade, de melhora da qualidade de vida e de produtividade.

“Temos visto um aumento de indústrias preocupadas em promover impactos socioambientais positivos, como iniciativas de investimento social privado nas comunidades do entorno, assim como entender como está o ambiente e as relações de trabalho na opinião dos colaboradores. Além disso, as empresas estão integrando estratégias de sustentabilidade aos negócios, engajando os stakeholders nas decisões, divulgando os impactos e prestando contas à sociedade com os relatórios de sustentabilidade”, explica.

Patricia avalia que o entendimento sobre a necessidade do desenvolvimento sustentável tem sido ampliado e, entre os três pilares, ambiental e social acabam sendo os mais vistos nas indústrias devido às certificações e cumprimento das obrigações legais. Entretanto, como o ESG tem se tornado estratégico para as empresas, muitas estão atrelando essas obrigações a metas de sustentabilidade, principalmente com as seguintes ações, que permitem a redução de possíveis riscos e aumento da reputação da empresa.

  • Redução de emissões de carbono;
  • Aumento de consumo de energia limpa;
  • Equidade de gênero na liderança;
  • Diversidade no quadro de colaboradores;
  • Mapeamento dos fornecedores;
  • Critérios mais rigorosos para contratação de fornecedores.

Patricia explica que o maior desafio são as práticas de governança. “Por mais que as indústrias já tenham a consciência de que adotar boas práticas de responsabilidade socioambiental é uma prioridade atual, muitos gestores ainda têm dificuldade de integrar as mudanças à rotina, de envolver todos no processo, de mapear os riscos em toda sua cadeia produtiva, além de formalizar políticas”.

Para aplicar ESG na prática

Como se trata de uma ampla mudança de perspectiva que todas as empresas podem adotar, a gerente do Habitat Senai e Centro de Inovação Sesi elencou ações que resultam em impactos positivos, ao promover transparência, prestação de contas, equidade e responsabilidade corporativa, a partir de cada pilar.

Alguns exemplos práticos:

  • Ambiental: revisão dos processos produtivos para uso consciente dos recursos naturais (água e energia), além de gerenciar os resíduos.
  • Social: revisão dos espaços de trabalho para um ambiente mais seguro e saudável aos trabalhadores e estabelecer programas de qualidade de vida, a fim de reduzir o absenteísmo. Dialogar com a comunidade para entender as reais necessidades para um investimento social privado assertivo e a realização de programas de voluntariado empresarial efetivo.
  • Governança: revisão da missão, a visão e os valores da empresa sob a perspectiva de ESG e comunicar esse posicionamento a todos os públicos de relacionamento (interno e externo). Esses são os primeiros passos para direcionar os demais mecanismos de governança da empresa. E é exatamente o que a Fiep propõe para as indústrias que iniciam a trajetória ESG.

Mão colorida: um exemplo de ESG na prática

A indústria de comunicação visual Mão Colorida levou as palavras da ESG a sério, como uma mudança de rotina de impacto, com o apoio da Fiep. Como conta Arivonildo Assunção de Souza, gerente de Recursos Humanos da empresa, diversos pontos foram essenciais para que entendessem a necessidade de adotar essas práticas, principalmente ao perceberem que os seus clientes têm preferência por empresas que demonstram responsabilidade social e ambiental.

“Outro ponto foi a percepção de promover a transparência e a responsabilidade em relação a questões ESG, tendo em vista que investidores e instituições financeiras cada vez mais consideram esses fatores ao tomar decisões de investimento. Compreendemos também que o índice de atração e retenção de talentos melhorou, pois funcionários preferem trabalhar em empresas que demonstram compromisso com valores éticos e práticas socialmente responsáveis, conta o gestor.

Alguns pontos que foram adotados e já apresentam resultados positivos são: melhora na gestão de resíduos e reciclagem; eficiência energética a partir da adoção de tecnologias (painéis fotovoltaicos) e práticas que reduzem o consumo de energia; segurança e saúde no trabalho com a implementação de medidas para garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável; diversidade e inclusão por meio da promoção da diversidade de gênero e raça; participação em iniciativas que beneficiam a comunidade no entorno e implementação de controles para garantir conformidade com leis e regulamentos.

Como a Fiep pode apoiar as indústrias que querem adotar planos e ações ESG

O Sistema Fiep busca mobilizar e envolver a indústria paranaense para promover impactos significativos tanto na empresa quanto na comunidade, com a realização de ações que busquem a transformação da sociedade. Uma delas é a Chamada Sesi ESG, que subsidia e orienta o desenvolvimento de práticas ambientais, sociais e de governança corporativa.

Para a Mão Colorida, a disponibilização do programa de mentoria possibilitou a aprendizagem sobre como implementar e gerenciar práticas ESG de forma eficaz. “Outro ponto importante foi a orientação técnica especializada, que nos ajudou a identificar áreas de melhoria em nossas operações, além do auxílio na criação de métricas e indicadores específicos para medir o desempenho ESG da empresa. Devido a esse trabalho, recebemos o selo ESG em FOCO”, finaliza Arivonildo.

Texto: Sistema Fiep

Redação
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