De acordo com estudo epidemiológico, a depressão tem prevalência de cerca de 15,5% ao longo da vida dos brasileiros
Nesta terça-feira (10/10), é celebrado o Dia Mundial da Saúde Mental. A data visa aumentar a conscientização sobre questões relacionadas ao tema, assim como combater o estigma associado a problemas deste tipo e promover o acesso a serviços de saúde mental de qualidade em todo o mundo.
No Brasil, um dos maiores problemas de saúde mental enfrentados pela população é a depressão, que, de acordo com estudo epidemiológico, tem prevalência de cerca de 15,5% ao longo da vida dos cidadãos. Segundo a OMS, este número é de 10,4% na rede de atenção primária de saúde, isoladamente ou associada a um transtorno físico.
O que causa a depressão?
A depressão pode ser causada por diversos fatores, dentre eles a genética, que, de acordo com estudos, representa 40% da suscetibilidade para desenvolver a doença, e a bioquímica cerebral, com a deficiência dos neurotransmissores Noradrenalina, Serotonina e Dopamina, que estão envolvidos na regulação da atividade motora, do apetite, do sono e do humor.
Eventos estressantes também podem desencadear episódios depressivos naqueles que tem uma predisposição genética a desenvolver a doença.
Já como fatores de risco, podem ser citados histórico familiar, transtornos psiquiátricos correlatos, estresse crônico, ansiedade crônica, disfunções hormonais, dependência de álcool e drogas ilícitas, traumas psicológicos, conflitos conjugais, doenças cardiovasculares, endocrinológicas, neurológicas, neoplasias, mudança brusca de condições financeiras e desemprego.
Quais são os sintomas da depressão?
O humor depressivo é um dos principais sintomas da depressão, com sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimento de culpa. Neste estado, as pessoas se mostram mais apáticas do que tristes e invocam a morte como forma de alívio para elas mesmas e seus familiares.
Também são sintomas de depressão retardo motor, falta de energia, preguiça ou cansaço excessivo, lentificação do pensamento, falta de concentração, falta de memória, de vontade e de iniciativa, insônia ou sonolência.
É comum que o apetite daqueles com depressão diminua, mas um aumento também pode acontecer, com maior interesse por carboidratos e doces. Por fim, a redução do interesse sexual é comum, assim como dores e sintomas físicos difusos como mal estar, cansaço, queixas digestivas, dor no peito, taquicardia e sudorese.
Como é o tratamento da depressão?
Após um diagnóstico de depressão ter sido feito por um médico através da coleta completa da história do paciente e realização de um exame do estado mental, um tratamento medicamentoso e psicoterápico deve ser iniciado.
A escolha do antidepressivo é feita com base no subtipo da depressão apresentada pelo paciente, assim como em seus antecedentes pessoais e familiares, na boa resposta a uma determinada classe de antidepressivos já utilizada, na presença de doenças clínicas e nas características dos antidepressivos.
Entre 90 e 95% das pessoas que sofrem com depressão apresentam remissão total com o tratamento antidepressivo. O tratamento pode ser realizado na Atenção Primária, nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e nos ambulatórios especializados.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) também é uma opção para essas pessoas, que podem contatar a associação através do número 188 em qualquer hora do dia e por meio de um chat online em horários específicos.
Texto: Anna Dulce Neves