Campo Grande passa por grandes transformações visando a modernização e melhoria da mobilidade urbana nas sete regiões. A Agência Municipal de Trânsito (Agetran) além de realizar estudos para reordenar cruzamentos e rotatórias para melhorar o fluxo de trânsito, também ajuda a implementar malhas cicloviárias de ligação em bairros da Capital, projetos para uso de rotas alternativas e modernização do Centro de Controle Integrado que monitora o transporte coletivo e o trânsito da Capital.
Reordenamentos
Novos projetos de reordenamentos já estão em estudos pela Agetran. Após o sucesso da obra na Avenida Três Barras, agora será a vez da rotatória da Avenida Euller de Azevedo esquina com a Avenida Tamandaré.
Segundo a diretora-adjunta da Agetran, Andrea Figueiredo, foram feitos estudos necessários e o projeto de reordenamento da rotatória da Euller com a Tamandaré está em fase final de orçamento e prestes a ir para a fase licitatória.
Andrea explica que o reordenamento de trânsito e novas obras em rotatórias antigas junto a semaforização traz resultados positivos ao condutor e ao pedestre em todos os sentidos. É importante ressaltar que para se instalar um semáforo em qualquer via que seja, sempre são feitos estudos sobre a necessidade.
“O semáforo não é feito simplesmente por um pedido. Nós fazemos estudos, as equipes vão até o local, fazem as contagens, depois vai para o setor de engenharia onde é feito uma tabulação para se chegar a um número, olha-se se está previsto dentro do manual de sinalização semafórico, e aí verifica sobre a necessidade, ou não do semáforo”, disse ela.
O número de acidentes em cada local também é analisado e após isso é dito sobre a necessidade semafórica. “A sinalização é importante para que haja ordenamento do fluxo de veículos e para que os pedestres tenham o tempo de travessia garantido. Normalmente quando é feito o reordenamento em cruzamento tradicional ou em rotatória, a semaforização faz com que não haja mais uma disputa dentro do trânsito e todos tem o tempo semafórico garantido para atravessar e fazer as conversões que necessitam.”
Modernização
A Agetran também realiza estudos técnicos para promover aberturas em canteiros centrais, por exemplo, na Avenida Ministro João Arinos [saída para Três Lagoas], onde na região da Chácara Cachoeira existe somente uma passagem de entrada/saída. Naquele trecho da Avenida João Arinos é previsto uma abertura no canteiro central um pouco antes da Rua Jeribá, para que o fluxo possa desembocar em outra via do bairro Chácara Cachoeira até a Avenida Afonso Pena e demais vias.
“Estão sendo feito estudos de rotas alternativas em diversos bairros, por exemplo, na Chácara Cachoeira, onde há vias largas e são subutilizadas. Estramos trabalhando com construção de rotas alternativas para condutores.”
Em breve haverá semaforização na Rua Ivan Fernandes esquina com a Rua Luiz Alexandre e Rua Ivan Fernandes com a Rua Hélio Yoshiaki Ikeziri. Ainda segundo a adjunta, há estudos para reordenar a rotatória da Rua Jeribá com a Avenida Ricardo Brandão, Rua Jeribá com a Rua Raul Pires Barbosa; Euller de Azevedo com a Rua Olário de Oliveira França; e projeto de reordenamento na rotatória do bairro Dom Antônio Barbosa.
Em breve também será feito uma proibição de conversão à esquerda na Rua Rui Barbosa com a Avenida Afonso Pena, Centro. A medida vem para facilitar o fluxo e diminuir acidentes.
“Temos que entender que Campo Grande tem quase um milhão de habitantes e que o número de veículos aqui ultrapassa 650 mil e isso é um número elevado. Então, não temos mais como fazer a mesma coisa que era no passado”, explica a diretora-adjunta.
Corredores e transporte coletivo
Com a implantação dos corredores do transporte coletivo e futuras novas implantações, a ideia é que o modelo traga confiabilidade e pontualidade para as pessoas que usam o sistema. Os corredores têm um espaçamento maior de entre os pontos de embarque com até 800 metros de distância entre um e outro.
A diretora-adjunta Andrea Figueiredo destaca que os corredores demonstraram eficiência desde a implantação e são positivos para a cidade onde é transportado cerca de 180 mil pessoas por dia. “Quando você abre um corredor de transporte, você dá agilidade para que aquelas pessoas que se utilizam daquele modal possam ir e vir com maior eficiência. O fato deles terem gerado polêmica foi porque mudou-se a forma de usar o transporte coletivo. E para que não houvesse um conflito entre pedestres e pessoas que usam o transporte na calçada foi construído um ponto sobre ilhas, que é um canteiro central com uma estação sobre ela. Hoje os usuários aguardam de forma segura, os comércios ficaram com as frentes livres, e houve ganho de tempo no uso de transporte.”
Os corredores que estão em operação em Campo Grande atualmente são os das Ruas Guia Lopes, Brilhante e Rua Rui Barbosa, onde o sistema semafórico é em tempo real. A velocidade dessas vias para todos os condutores é maior e o trânsito flui de maneira mais rápida.
A diretora-adjunta ainda desmistifica sobre o uso da faixa da esquerda. Ela explica que o motorista pode usar a faixa da esquerda somente para fazer a conversão à esquerda na quadra onde irá virar. Ele deve seguir com cautela tendo visibilidade, passando de uma faixa para outra até a esquerda. O motorista não deve sair de uma faixa de forma brusca e entrar na frente do ônibus, por exemplo, a fim de virar. Deve ser seguido as regras de condução de maneira normal.
Ciclovias de ligação
As ciclovias possuem 110 km de malha cicloviária em Campo Grande composta por ciclovia, ciclofaixa e calçada compartilhada. “Tivemos recém entregue a ciclovia da Avenida Cafezais e recém assinada a ordem de serviços da Avenida Cafezais até o início das Moreninhas. E depois ela vai dar continuidade chegando ao bairro Rita Veira.”
A interligação das Moreninhas já está em obras e há estudos de interligação cicloviária e na Avenida Nossa Senhora do Bonfim, saindo Avenida Cônsul Assaf Trad para chegar a Avenida Desembargador Leão Neto do Carmo, ligando a região norte a região leste de Campo Grande. A ideia é fazer as ciclovias em canteiros centrais dos bairros de maneira segura ligando todas as regiões da cidade.
Monitoramento
Na Agetran, existem fiscais no Centro de Controle Integrado que controlam, por exemplo, se alguma linha do transporte coletivo está adiantada ou atrasada, por meio de um mapa da cidade onde aparecerem todas as linhas. E as informações são atualizadas em tempo real.
A semaforização da cidade também está integrada ao Centro de Controle e 30% da quantidade total de semáforos em funcionamento possui tecnologia junto a Central da Agetran, onde é possível resetá-los ou reiniciar o sistema da Central conforme a demanda. O Centro de Controle também possui 20 câmeras de monitoramento nos principais cruzamentos e avenidas importantes da Capital, onde é possível ver como está o trânsito, se há acidentes ou se há alagamentos em dias de chuva, por exemplo.
O restante da malha semafórica é monitorada por equipes de rua e até mesmo pela população que colabora e avisa sempre quando há alguma intercorrência. Campo Grande segue com planejamento e modernização do sistema para que no futuro a mobilidade urbana seja ainda melhor a todos.
Por: ANELISE PEREIRA