sexta-feira,22 novembro, 2024

Maioria dos profissionais no mundo, incluindo Brasil, tem relação pouco saudável com o trabalho, diz pesquisa

Segundo estudo da HP, realizado com mais de 15 mil pessoas em 12 países, problema afeta bem-estar mental, autoestima e saúde física dos trabalhadores, que estão dispostos a ganhar menos para serem mais felizes; confira seis fatores que representam áreas de foco críticas

A maioria das pessoas não tem uma relação saudável com o trabalho e isso está afetando o bem-estar mental, a autoestima e a saúde física. Essa é a constatação de um novo estudo realizado pela HP com 15.624 entrevistados de 12 países – dentre eles, Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Índia e Japão.

O levantamento analisou mais de 50 aspectos das relações das pessoas com o trabalho, incluindo papel dele nas suas vidas, competências, habilidades, ferramentas, ambientes e expectativas de liderança.

Também examinou o impacto que tem no bem-estar, na produtividade, no engajamento e na cultura dos funcionários. Através disto, a HP desenvolveu o Índice de Relacionamento no Trabalho, que é uma medida da relação mundial com o trabalho a ser acompanhada ao longo do tempo.

As descobertas foram de que apenas 27% dos funcionários têm atualmente uma relação saudável com o trabalho, com um mínimo de 5% no Japão e um máximo de 50% na Índia. No Brasil, o índice foi de 37%, e, nos Estados Unidos, 28%.

O estudo revelou ainda que 83% dos trabalhadores do conhecimento hoje estão dispostos a ganhar menos para serem mais felizes. Além disso, mesmo quando se sentem neutros em relação à sua relação com o trabalho, mais de 71% consideram deixar a empresa. Quando não estão nada felizes, esse número sobe para 91%.

A relação não saudável com o trabalho não prejudica apenas a retenção de talentos, mas também a moral e o envolvimento: 34% dos entrevistados relataram menos produtividade (34%), 39% mais desengajamento e 38% maiores sentimentos de desconexão.

E essa questão também afeta o bem-estar das pessoas. Segundo o levantamento da HP, 55% disseram ter baixa autoestima e sentir-se um fracasso; 45% contaram que as suas relações pessoais com amigos e familiares são prejudicadas e 59% estão demasiado esgotados para perseguir as suas paixões pessoais.

Diante disso, pode ser mais difícil manter o bem-estar físico: 62% dos funcionários relatam problemas em ter uma alimentação saudável, fazer exercícios e dormir o suficiente.

Áreas de foco críticas

A HP identificou seis fatores principais que representam áreas de foco críticas – e imperativos chave – para os líderes empresariais. São eles:

1. Realização: os funcionários anseiam por propósito, capacitação e conexão genuína com seu trabalho, mas apenas 29% vivenciam atualmente esses aspectos de forma consistente. Para se adaptarem à evolução das expectativas da força de trabalho, as empresas devem priorizar a satisfação dos funcionários através de maior voz e agência.

2. Liderança: novas formas de trabalhar exigem novos estilos de liderança, de acordo com 68% dos líderes empresariais; no entanto, apenas um em cada cinco trabalhadores sente que os líderes evoluíram os seus estilos de liderança em conformidade. Cultivar a inteligência emocional e a liderança transparente e empática é crucial para o local de trabalho atual.

3. Centralização nas pessoas: apenas 25% dos trabalhadores do conhecimento recebem consistentemente o respeito e o valor que sentem que merecem, e um número ainda menor experimenta a flexibilidade, a autonomia e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional que procuram. Para resolver esta questão, os líderes devem colocar as pessoas em primeiro lugar e suas equipes no centro da tomada de decisões.

4. Competências: embora 70% dos trabalhadores do conhecimento valorizem o forte poder e as competências técnicas, apenas 31% se sentem consistentemente confiantes na sua proficiência em qualquer um deles. As empresas com “melhores práticas” têm a oportunidade de obter uma vantagem vital no desenvolvimento de competências e no envolvimento dos funcionários, investindo em formação e apoio holísticos.

5. Ferramentas: os funcionários têm algo a dizer sobre a tecnologia e as ferramentas que os seus empregadores fornecem – e querem que essa tecnologia seja inclusiva. Contudo, a confiança de que as empresas implementarão as ferramentas certas para apoiar o trabalho híbrido é baixa, apenas 25%. Deixando de ser apenas um utilitário, o portfólio de tecnologia está emergindo como um importante impulsionador do envolvimento dos funcionários, bem como da conexão e da capacitação.

6. Espaço de trabalho: os trabalhadores do conhecimento desejam uma experiência perfeita enquanto se deslocam entre locais de trabalho – e uma escolha de onde trabalhar todos os dias. Espaços de trabalho híbridos eficazes, transições fáceis, flexibilidade e autonomia serão fundamentais para demonstrar confiança nos colaboradores e promover uma experiência de trabalho positiva.

Texto: Renata Turbiani

Redação
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