sexta-feira,20 setembro, 2024

Boticário e Einstein se unem para estudar como anticoncepcionais afetam o olfato das mulheres

Estudo será liderado pela pesquisadora e Ph.D. em Neurociência Patrícia Gonçalves, selecionada após um processo seletivo de sete meses

Um dos pilares do ecossistema de inovação do Grupo Boticário é o braço de Desenvolvimento & Pesquisa, com foco em buscar melhorias para processos e desenvolver novos produtos e soluções. Para isso, o incentivo a pesquisas científicas é fundamental. Neste contexto, em fevereiro, em parceria com o Hospital AIbert Einstein, a empresa lançou um projeto para mapear como o uso de anticoncepcionais hormonais (e outros métodos) podem impactar o olfato das mulheres.

Depois de um processo seletivo de sete meses, que incluiu avaliação de currículo lattes e entrevistas conduzidas por equipes do Einstein e do Boticário, o edital selecionou a pesquisadora e Ph.D. em Neurociência Patrícia Gonçalves para liderar o projeto “Grupo Boticário: Estudo da Relação do Olfato Feminino e Contraceptivos”. Mestre e doutora em Neurociências e Comportamento pela Universidade de São Paulo (USP), Patrícia será a responsável pela pesquisa que busca entender se há, ou não, interferência do uso de pílulas anticoncepcionais no sistema olfativo das mulheres.

“Sou fascinada pelo olfato. Todo o meu doutorado foi uma imersão sobre a ligação entre o olfato e o comportamento humano. Agora, fico muito feliz em ter a oportunidade de investigar esta faceta da saúde da mulher, para compreender como o seu bem-estar pode ser especificamente afetado pelo uso de contraceptivos”, diz a especialista.

União de centros de pesquisa

Patrícia Gonçalves, mestre e doutora em Neurociências e Comportamento pela USP, que comandará a pesquisa — Foto: Divulgação

O projeto une dois grandes hubs brasileiros de pesquisa: o Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, lançado no ano passado, em São Paulo, após um investimento de R$ 700 milhões, e o Centro de Pesquisa do Olfato (CPO) do Grupo Boticário, criado em 2021 para abrigar estudos sobre o sentido, por meio do desenvolvimento tecnológico e científico.

“O Brasil é um país com um potencial enorme em biotecnologia aplicada à saúde. Ao unir forças com um parceiro tão importante como o Grupo Boticário, evidenciamos o potencial do país no desenvolvimento de soluções voltadas ao bem-estar e saúde das mulheres”, diz Rodrigo Demarch, diretor de Inovação do Einstein.

O desenvolvimento do estudo será feito, ao longo de 12 meses, dentro da Eretz.bio Biotech, incubadora de startups de biotecnologia do Einstein. Além de contar com a infraestrutura e os laboratórios de alta tecnologia, Patrícia terá apoio de especialistas e da estrutura do Einstein, assim como um suporte do time do Grupo Boticário – em especial de Cesar Veiga, perfumista e fundador do Centro de Pesquisa do Olfato.

“Temos reuniões quinzenais com todos os envolvidos no projeto. Tenho achado muito enriquecedor, como pesquisadora, ter essa participação de profissionais tão empenhados em trabalhar ao lado do universo acadêmico e em fomentar a ciência”, conta Patrícia.

Com 27 anos de experiência no mercado de perfumaria, Veiga explica que o suporte do Grupo Boticário ao estudo vem em forma de ‘know-how’, especialmente com dados sobre o bem-estar dos consumidores. “Também disponibilizamos à pesquisadora toda a tecnologia de nossas instalações e centro de pesquisa. O foco é permitir que toda a nossa estrutura auxilie em estudos e pesquisas que trarão benefícios para a sociedade”, diz.

As instalações citadas por Veiga incluem o Centro de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento, inaugurado em 2022 na fábrica do Grupo Boticário, em São José dos Pinhais (PR) – e no qual fica hospedado o núcleo CPO. O hub, que recebeu um investimento de R$ 11 milhões, une ciência, inovação, pesquisa e sustentabilidade.

Expectativa

O estudo incluirá dois grupos de mulheres – um que faz uso de contraceptivo oral combinado, com mínimo de três meses de uso (estradiol + progestagênio), e outro grupo que não faz uso de contraceptivo hormonal algum há mais de três meses e possuem ciclo menstrual regular.

Todas as participantes selecionadas têm idade entre 18 e 40 anos e não têm hábitos ou fatores de saúde que alterem o olfato por si só (como no caso de fumantes, pessoas que sofrem de depressão ou ansiedade, que tenham histórico de doença neurológica, endócrina ou autoimune, mulheres que já sofreram traumatismo craniano, que fazem uso de medicamento que interfira no desempenho olfativo, diagnóstico de anosmia, hiposmia, parosmia ou fantosmia, ou diagnóstico de Covid longa).

Patrícia conta que, na literatura científica, já existem indícios de que o uso de contraceptivos pode afetar o olfato, mas ainda não é nada conclusivo. “Alguns estudos apontam a diminuição da sensibilidade no olfato. Ou seja, não chega a ser a perda do olfato, mas uma diminuição do mesmo. Esperamos que a nossa pesquisa traga mais conhecimento sobre o assunto e contribua para chegarmos a conclusões completas sobre o tema”, afirma a pesquisadora.

Fonte: Época Negócios

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