Robô chamado Emy, da Cubos Academy, faz orientações e sugere questões. Startup espera dobrar o número de estudantes no próximo ano
Você já ficou com vergonha de tirar uma dúvida em voz alta na sala de aula? De olho nessa dificuldade, a Cubos Academy, edtech focada em programação, lançou a Emy – inteligência artificial responde às questões dos alunos. A novidade foi lançada oficialmente nesta segunda-feira (11/9), mas já está em operação, com aprovação de 96%, segundo a startup. A empresa estuda a possibilidade de disponibilizar a tecnologia gratuitamente para testes.
“A nossa metodologia tem aulas assíncronas. Enquanto assiste aos vídeos gravados, os estudantes podem tirar dúvidas com professores e monitores, mas essa resposta não é instantânea”, explica José Messias Júnior, CEO da Cubos Academy. “Muitos também têm vergonha”, complementa.
O desenvolvimento da inteligência artificial veio para melhorar a experiência dos alunos. Júnior explica que a base de dados da IA generativa conta com as informações dos próprios cursos e que o principal desafio foi treinar a tecnologia: “Saber como responder e transformar o vídeo e o áudio em algo em que a inteligência artificial entenda”, esclarece o empreendedor. A IA foi testada pelos funcionários, depois por parte das turmas até ser usada por todos.
A tecnologia consegue identificar qual é o aluno que está assistindo à aula, qual é o curso e em que momento do vídeo ele está. Para o empreendedor, esse é um dos principais diferenciais da IA da Cubos, que não necessidade de comandos específicos, como o ChatGPT. “O aluno pode fazer perguntas como ‘O que é aquele asterisco no meio do código?’. Ele não precisa explicar onde está, não precisa dizer qual é o assunto, nada”, aponta.
Júnior explica que, no primeiro momento, a IA faz um direcionamento, sem dar a resposta. direcionando o aluno. A solução é oferecida se o estudante continua sem entender. Emy também sugere perguntas ao final das aulas. “Muitos alunos não sabem exatamente o que perguntar, mas sabem que não entenderam. Cerca de 10% das pessoas tiram uma nova dúvida depois das sugestões”, conta o CEO.
“A experiência do aluno fica muito semelhante a uma aula particular”, diz Júnior. Ele ainda lembra que, quando preferir, o estudante pode optar por fazer a pergunta para o professor. Até o momento, a resposta dos usuários tem sido positiva, com uma taxa de 96% de aprovação e com 70% dos alunos dizendo que resolvem os problemas melhor do que antes.
Ainda para este ano, a edtech está desenvolvendo novas funcionalidades baseadas em inteligência artificial. Resumos das aulas, identificação de erros na programação dos alunos e sugestão de exercícios com base nas dificuldades de cada um são alguns exemplos do que está em desenvolvimento e deve ser lançado.
A Cubos Academy nasceu em 2020, em Salvador, dentro da Cubos Tecnologia – focada em oferecer serviços de tecnologia para outras empresas – que sentia a dificuldade de contratar talentos na área. Desde então, a edtech já passou por três rodadas de captação, fez parcerias com empresas como iFood e Nubank e conta com cerca de 2 mil estudantes ativos. Com a Emy, além de contribuir com a formação dos estudantes, a startup espera se tornar mais escalável. A expectativa, segundo Júnior, é dobrar o número de alunos.
Fonte: Pegn