Anatel defende parcerias no setor privado, entre elas com a Huawei, para ampliar o acesso dos brasileiros ao mundo digital
O número de brasileiros com habilidades digitais básicas é motivo de preocupação. A avaliação é do conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Artur Coimbra. Ele defendeu que o governo precisa traçar estratégias junto às empresas de tecnologia para aumentar o grau de conhecimento da população brasileira sobre o potencial do mundo digital.
Brasil está atrasado
- A fala do representante da Anatel aconteceu durante participação no evento “Huawei 25 Anos”, realizado nesta terça-feira (05).
- Coimbra explicou que só 24% dos brasileiros têm habilidades digitais básicas, categoria que compreende as habilidades de anexar documentos em e-mails e baixar aplicativos.
- O número está abaixo da média da América Latina, de 29%, e dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 64%.
- Os dados apresentados por Coimbra são do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), como destaca o Poder360.
- No caso de habilidades intermediárias, o índice brasileiro fica ainda mais atrás.
- Apenas 11% da população brasileira tem essa capacidade, enquanto a média sobe para 40% na OCDE e 21% na América Latina.
Anatel busca parcerias com empresas privadas
Na visão de Coimbra, a melhor forma de aumentar o índice de educação digital é atrair as empresas privadas que detém o conhecimento da tecnologia e aprimorar os canais de contato com a população para disseminar esse conhecimento.
Por isso, a agência reguladora tem buscado parcerias no setor privado, entre elas com a própria Huawei através da adoção da tecnologia IPv6, protocolo de camada de rede mais moderno no mercado. Com a implementação desse modelo, é possível agilizar a transmissão de comunicações em uma rede.
Em abril, a companhia chinesa e a Anatel organizaram um fórum para discutir a importância do IPv6 para a transformação digital no Brasil. Segundo Moisés Moreira, conselheiro da Anatel, as conversas sobre a implantação do modelo permanecem, mas não avançaram muito desde lá.
Essa medida depende da Anatel ainda, tem uma resolução aprovada, mas temos que aguardar porque para derrubar isso a Anatel precisa de uma motivação. Eu acredito que essas conversas continuarão existindo em um momento oportuno.
Moisés Moreira, conselheiro da Anatel
Fonte: Olhar Digital