domingo,10 novembro, 2024

Táxis autônomos entendem o trânsito? Motoristas de ambulâncias em São Francisco acham que não

Bloqueio temporário de duas vias atrasou a saída dos socorristas em área de acidente fatal; vítima morreu logo após chegar ao hospital

Dois táxis autônomos da empresa americana Cruise bloquearam a passagem de uma ambulância que carregava uma vítima em estado grave, nos Estados Unidos.

De acordo com relatório feito pelo Corpo de Bombeiros de São Francisco, onde o acidente ocorreu, o bloqueio temporário de duas vias atrasou a saída dos socorristas da área do acidente. O homem morreu cerca de meia hora após chegar ao hospital.

Bombeiros foram acionados na noite do dia 14 de agosto para socorrer um pedestre que havia sido atropelado por um veículo. Ele estava com ferimentos graves, deitado em uma das faixas da esquerda em uma rua de quatro vias. A vítima foi encontrada com traumatismo craniano significativo, falta de ar e sangramento que indicava “risco de vida”.

Ainda segundo o relatório, os socorristas colocaram a vítima na ambulância, mas não conseguiram sair do local por conta de dois táxis autônomos Cruise. A polícia que estava no local teria tentado mexer os carros manualmente e, quando não obtiveram sucesso, deslocaram um dos próprios veículos para que a ambulância pudesse passar.

“Os atrasos causados pelos veículos autônomos contribuíram para um “mau resultado” com o paciente, atrasando o atendimento necessário em casos de trauma grave”, descreve o relatório.

Versões contraditórias

A Cruise contesta a versão dos bombeiros e alega que um dos táxis Cruise saiu do local do acidente com a chegada da ambulância. O outro permaneceu parado no cruzamento “com uma faixa aberta à direita”, por onde o tráfego poderia circular normalmente. De acordo com a porta-voz da empresa, Hannah Lindow, ao San Francisco Chronicle, o intuito do veículo parado era direcionar o tráfego para ajudar os socorristas.

“Durante todo o período em que o (veículo autônomo) estava parado, o trânsito permaneceu desbloqueado e fluindo à direita do veículo. A ambulância atrás tinha um caminho livre para passar, assim como outros veículos, incluindo outra ambulância, fizeram”, disse Lindow ao jornal. “Assim que a vítima foi colocada na ambulância, a ambulância saiu imediatamente do local e nunca foi impedida pelo veículo autônomo.”

A Cruise providenciou um vídeo para contestar o relato feito pelo corpo de bombeiros. O New York Times assistiu às imagens e afirma que a ambulância conseguiu sair do local cerca de 90 segundos após colocar a vítima dentro do veículo. “Esses segundos importam”, comenta Jeanine Nicholson, chefe do Corpo de Bombeiros, ao jornal.

Equipes de emergência envolvidas no relatório dos bombeiros estão coletando informações para determinar exatamente quanto a ambulância atrasou e por quanto tempo os veículos autônomos ficaram parados.

Redação
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