China planeja fundo de US$ 40 bilhões para indústria de chips; sanções comerciais dos EUA continuam
A China planeja lançar em breve um fundo de investimentos para reforçar a indústria local de semicondutores. O empreendimento é o terceiro anunciado pelo país desde 2014 e visa levantar cerca de 300 bilhões de yuans — quase R$ 204 bilhões na cotação atual.
- Cerca de 60 mil milhões de yuans (R$ 40 bilhões) devem vir do Ministério das Finanças da China, segundo as informações da Reuters. Outros contribuintes ainda não foram confirmados.
- Grande parte do fundo será aplicado na criação de instrumentos para a fabricação de chips em resposta às sanções impostas pelos EUA.
- Dois fundos de incentivo anteriores arrecadaram cerca de R$ 228 bilhões em 2014 e 2019.
Vale lembrar que o governo americano continua tentando barrar a indústria chinesa de chips com restrições. Em agosto, o presidente Biden assinou uma ordem executiva limitando ainda mais os investimentos em empresas chinesas que trabalham com semicondutores.
Relembre o caso
As restrições de investimentos em tecnologia chinesa fazem parte de um esforço da Casa Branca para limitar o avanço de Pequim no setor.
- Em novembro de 2020, o ex-presidente Donald Trump já havia proibido os norte-americanos de investirem em 31 empresas que, segundo o governo do país, “possibilitam o desenvolvimento e a modernização” do exército chinês e “ameaçam diretamente” a segurança dos EUA.
- Já no governo de Joe Biden, em junho de 2021, a proibição foi expandida para 59 empresas chinesas.
- Na lista, estão companhias como Huawei, China Mobile, China Telecommunications, China Unicom e Hikvision.
- O objetivo dos EUA é impedir que os chineses importem chips mais avançados e também adquiram os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores.
- Japão e Holanda também estão restringindo o acesso da China a equipamentos para a manufatura de chips para tentar limitar as suas capacidades de produção.
Resposta da China
- O governo da China condena as medidas. O embaixador chinês em Washington, Xie Feng, disse que o país não quer uma guerra comercial ou tecnológica, mas responderá se os Estados Unidos impuserem mais restrições.
- Pequim também adotou retaliações contra os americanos. EM julho, o país anunciou que restringirá as exportações de drones e outros equipamentos.
- Segundo a China, o controle das exportações de drone visa salvaguardar “a segurança e os interesses nacionais”.
- A medida inclui ainda o bloqueio nas vendas de motores para drones, lasers, equipamentos de comunicação e sistemas anti-drones, e entrou em vigor em setembro.
Fonte: Olhar Digital