Nesta segunda-feira (28), celebrou-se o Dia Nacional do Voluntariado. A data destaca o trabalho de pessoas que doam seu tempo, esforço e talento para contribuir com causas de interesse social e comunitário. Para fortalecer ainda mais esses trabalhos, empresas têm criado iniciativas de voluntariado corporativo com o objetivo de envolver seus colaboradores em ações sociais.
Nesse sentido, o Instituto das Cidades Inteligentes (ICI) lançou uma pesquisa interna em que mais de 90 colaboradores, quase 20% do seu quadro, demonstraram interesse na realização de algum tipo de trabalho voluntário em projetos sociais vinculados com o Instituto.
“Ficamos muito felizes com o resultado, pois percebemos o interesse dos colaboradores em ajudar. Principalmente, porque o impacto positivo gerado vai além das pessoas atendidas, atingindo também aqueles que se dispõem a atuar nos trabalhos voluntários”, comenta a analista de Gestão de Pessoas do ICI Gislaine Correia da Silva. “Outro ponto que vale destacar é que o propósito do ICI de melhorar a vida das pessoas e transformar as cidades está conectado com os valores de cada colaborador e colaboradora”, completa.
Trilha Digital
A principal iniciativa de responsabilidade social e ESG do Instituto que conta com voluntariado é o Trilha Digital, projeto social de capacitação profissional que incentiva a inclusão digital, social e a geração de renda. Por meio de cursos e palestras, colaboradores compartilham conhecimento com pessoas atendidas pela Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP), organização do terceiro setor que oferece e coordena serviços de assistência e reabilitação a deficientes físicos.
Até o fim deste ano de 2023, estão previstos mais de 10 cursos, com 20 horas de conteúdo, envolvendo temas como relacionamento interpessoal, comunicação, informática básica, uso da internet, pacote Office e manutenção de hardware.
O analista de sistemas João Henrique de Souza Junior, que atua na Fábrica de Software Interna do ICI, é professor voluntário de Excel e conta que tem sido uma experiência marcante atuar no projeto. “Meu pai sempre dizia que o conhecimento é a única coisa que não conseguem tirar de nós. Então, compartilhar esse aprendizado e ajudar outras pessoas é muito gratificante”, comenta.
Ele acrescenta que apesar de estar na posição de instrutor, durante as atividades é possível obter muitos ensinamentos. “Temos a oportunidade de desenvolver habilidades, lidar com as emoções e de aprender com os alunos. Aliás, nós aprendemos mais com eles do que eles conosco”, completa.
Voluntariado que impacta a sociedade
O associado da ADFP Ademir Pavoski, 70 anos, é tetraplégico e foi um dos participantes da aula de Excel. “Sempre tive uma vida ativa, mas em um minuto tudo muda e você entra em parafuso. No entanto, a vida continua e precisamos incentivar os outros com nosso exemplo, por isso fui um dos primeiros a me inscrever”, conta Ademir. “Temos que buscar conhecer e aprender. Nem sabia o que era Excel, porque na minha época não existia isso, mas pensei que um dia poderia precisar”, acrescenta.
Ademir ainda aproveitou para destacar a experiência obtida com a atividade. “Gostei muito da aula. O instrutor foi bastante prestativo e nos ensinou o passo a passo. Aproveitei para fazer várias perguntas, porque se você não entender e sair do mesmo tamanho que entrou, não vai adiantar”, conclui.
Se para uns, as aulas servem para novos aprendizados, para outros podem ser a chance de se atualizar, como foi o caso de Jan Rakucki Junior, 49 anos. “Eu usava Excel na época de faculdade, quando cursei Tecnologia e Sistemas da Informação, há quase 20 anos. Percebi que era a oportunidade de relembrar algumas coisas e aprofundar o conhecimento”, diz.
Além do aprendizado, para Jan as aulas são importantes também para distração. “Em 2012 fui diagnosticado com Esclerose Múltipla e tive que parar tudo. Para mim, além de prestigiar a iniciativa, que é de suma importância, também é uma forma de escape”, finaliza.
