Dilma Souza Campos, que era uma das passarinhas no quadro “Passarinho, que Som É Esse?”, do Castelo Rá-Tim-Bum, é a fundadora da Nossa Praia. Empresa passou por rebranding após feedback dos clientes
Aos 51 anos, Dilma Souza Campos carrega uma série de experiências profissionais: bailarina, dentista e empreendedora. Na televisão, ganhou destaque ao interpretar um dos passarinhos do quadro “Passarinho, que Som É Esse?”, que mostrava o trio musical João de Barro e as Patativas, no Castelo Rá-Tim-Bum, programa exibido entre 1994 e 1997 na TV Cultura. Depois, ganhou uma bolsa para estudar Odontologia e se formou, mas não quis trabalhar na área.
Hoje, longe das telas, ela é CEO e fundadora da Nossa Praia, startup que auxilia outras empresas a avançarem em pautas ESG (sigla em inglês que significa ambiental, social e governança). Com a ajuda de inteligência artificial, a ESGtech coleta dados e analisa a maturidade ESG de todo ecossistema das empresas, incluindo fornecedores e parceiros. Então, propõe ações para mitigar problemas.
O negócio, assim como ela própria, já passou por transformações. A empresa surgiu em 2013 com o nome de Outra Praia. Era uma agência de marketing que criava experiências de marcas em eventos. Foi o feedback dos próprios clientes, que consideravam a empresa forte em aspectos ESG, que fez com que a empreendedora decidisse fazer um rebranding.
A mudança ocorreu após um momento de incertezas para a empresa durante a pandemia. O negócio estava indo bem em 2020. “Conseguimos bater a meta do ano ainda em março. Isso nunca tinha acontecido”, afirma a empreendedora. Entretanto, a chegada da crise sanitária interrompeu os eventos presenciais — e consequentemente os serviços da empresa. “Muitos contratos caíram e tivemos uma grande crise. Nosso trabalho era reunir pessoas, e isso não podia mais ser feito”, afirma.
A empresa apostou em eventos digitais, que não foram suficientes para a organização se sustentar. Foi necessário demitir nove das 12 pessoas da equipe. Campos conta que pensou em alternativas para manter o negócio funcionando, mas percebeu que teria de repensar o conceito. Começou, então, a perguntar aos clientes quais eram os diferenciais que eles enxergavam na empresa.
“Eles nos contratavam por causa dos aspectos ESG do negócio. Nós sempre tivemos o ESG muito forte. Por exemplo, os eventos eram sempre carbono zero e promoviam diversidade e inclusão”, afirma. “Apesar de não nos posicionarmos como ESG, essa era a maneira como éramos percebidos no mercado.”
No final de 2022, a empreendedora foi procurada pela empresa B&Partners.co, que tinha interesse em adquirir a agência justamente pelo aspecto social e sustentável. A aquisição foi realizada em outubro de 2022 por uma porcentagem não revelada do negócio. A mudança para ESGtech foi anunciada em abril.
Otimista com o potencial do mercado de sustentabilidade, Campos espera conseguir alcançar em breve faturamento anual acima de R$ 4,8 milhões, transformando-se em empresa de médio porte.
Fonte: Revista PEGN