Anitta está entre artistas e produtores que trabalharão para criar normas para a plataforma de vídeos e todo o setor.
A plataforma de vídeos YouTube vai iniciar o planejamento de longo prazo do serviço para lidar com músicas criadas por inteligência artificial (IA).
Em especial, a empresa vai oficializar a forma de tratamento de um tipo bastante comum de produção que dominou a plataforma: casos em que a voz de um artista é usada para treinar um algoritmo e, a alimentado a partir de horas de álbuns e shows que trazem o sotaque, o tom e o timbre da pessoa, gerar novas canções.
Nos casos que ficaram mais famosos nos últimos meses, há músicas que mostram como seria se um artista cantasse determinada canção mesmo nunca tendo gravado ela antes — como um cover bastante improvável ou um artista que já faleceu cantando um trabalho novo, por exemplo.
Os planos do YouTube para IA
A primeira medida do YouTube é o lançamento da Music AI Incubator, uma reunião de executivos, desenvolvedores, artistas e produtores da indústria fonográfica para debater o assunto e encontrar formas de lidar com esse tipo de conteúdo.
Segundo a empresa, esse tipo de música usando IAs generativas acumulou mais de 1,7 bilhão de visualizações no YouTube só em 2023. A Meta já tem uma ferramenta que cria melodias inéditas sem vocais, enquanto o Spotify já começou a remover músicas feitas artificialmente.
A equipe será composta em parceria com a Universal Music Group e inclui a brasileira Anitta, o produtor Björn Ulvaeus, o compositor Max Richter e os responsáveis pelo espólio de Frank Sinatra, entre outros nomes.
Entre as decisões, a incubadora vai buscar formas de regulamentar esse tipo de produção sem ferir os direitos autorais dos artistas envolvidos, ao mesmo tempo em que as vozes envolvidas sejam bonificadas pelo programa de monetização da plataforma.
Segundo o YouTube, a IA está impulsionando “uma nova era de expressão criativa”, mas proteções apropriadas devem ser levadas em conta para proteger pessoas que têm a própria voz usada em uma criação sem o seu consentimento.
A ideia é que o Content ID do YouTube, usado para flagrar plágio ou uso de propriedades com direitos autorais na plataforma de vídeos, seja usada também para identificar quando uma música feita por IA for postada. O trabalho não necessariamente será deletado, mas agora pode não render toda a verba para quem gerou a música artificialmente.
Por enquanto, a empresa não citou quando a regulamentação entrará em vigor e se outras gravadoras estão em negociação para entrar no projeto.
Fonte: Mundo Conectado